Na avaliação dos organizadores do movimento ‘Estado de Direito Sempre’, os números alcançados em pouco menos de três dias são considerados um sucesso, muito além do que imaginavam

Faculdade de Direito da USP. Foto: Divulgação

Por Mauro Utida

Na manhã desta sexta-feira (29), a Carta em Defesa da Democracia contava com a adesão de mais de 400 mil pessoas e o manifesto que defende o sistema eleitoral e o respeito ao resultado das eleições de outubro irritou o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em postagem no Twitter no final da noite desta quinta-feira (28), Bolsonaro ironizou o texto que já havia chamado de “cartinha”. “Por meio desta, manifesto que sou a favor da democracia”, tuitou em tom de deboche. Minutos depois, sem mencionar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu principal adversário nas eleições deste ano, o chefe do Executivo questionou de que lado estaria o manifesto.

Na avaliação dos organizadores do movimento ‘Estado de Direito Sempre!’, os números alcançados em pouco menos de três dias são considerados um sucesso, muito além do que imaginavam. Para o diretor da Faculdade de Direito da USP, Celso Campilongo, um dos fatores positivos que engajaram a sociedade foi que “o documento é suprapartidário e legalista”, conforme informou para o jornal Folha de S. Paulo.

O diretor revelou à Folha que chegou a “pensar pequeno” com a projeção inicial de 200 a 300 assinaturas para iniciar o movimento, que foi abraçado inicialmente por juristas, empresários e banqueiros. O documento, intitulado “Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito”, chegou ao site ‘Estado de Direito Sempre com pouco mais de 3.000 signatários; dois dias depois, passava de 300 mil adesões e atualmente superou os 400 mil.

A carta conseguiu a adesão de diferentes correntes ideológicas, entre políticos de diferentes partidos, banqueiros e empresários, além de economistas, ex-ministros, juristas e procuradores públicos.

Manifesto pela democracia

O manifesto foi criado na Faculdade de Direito da USP e é inspirado na Carta aos Brasileiros de 1977 – um texto de repúdio ao regime militar, redigido pelo jurista Goffredo Silva Telles, e lido também na faculdade do Largo de São Francisco. A carta em defesa da democracia está disponível para assinatura do público em geral. Para assinar CLIQUE AQUI

Na mobilização deste ano um novo ato no Largo de São Francisco, no centro de São Paulo, está marcado para o dia 11 de agosto. O movimento organiza a leitura da “Carta aos Brasileiros e Brasileiras”, no Pátio das Arcadas, às 11h.

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