Por Danielle Zulques

Na noite da última terça (11), minutos antes do início da partida entre Brasil e Argentina, ocorreu um lamentável incidente entre as torcidas oponentes que ocupavam o mesmo espaço do Maracanã. Ao tentar contornar a situação, a Polícia Militar do Rio de Janeiro acabou atuando de forma inaceitável e repressora, o que motivou a seleção argentina a se retirar do campo, liderada pela estrela Lionel Messi.

No dia seguinte à partida, 23, a maioria dos meios de comunicação discorreu sobre o assunto, mas de forma superficial: discutem o evidente erro de deixarem duas torcidas rivais ocupando o mesmo espaço, (sendo que tanto nós, como os argentinos, somos péssimos exemplos de comportamento dentro e fora dos estádios) sobre a vergonhosa atuação da seleção brasileira nos últimos jogos e sobre a rivalidade Brasil x Argentina.

Entretanto, o ponto central de toda a violência que tem ocorrido nos últimos anos, quando essas duas torcidas se encontram (sejam diante de suas seleções ou de seus times de coração) pouco tem sido tocado: O RACISMO.

Como normalizar o racismo que acomete o futebol nos dias de hoje? É evidente que falta indignação e ação por parte da população e os jogadores contribuem para que cenas lamentáveis como a que vimos ontem ocorram.

Esse ano uma criança de 12 anos teve uma casca de banana jogada na sua cara por torcedores rivais dentro do Estádio do Morumbi. Ontem e hoje o termo racista “mono” entrou na lista de assuntos mais comentados do X, antigo Twitter, argentino.

Teria o melhor jogador do mundo, campeão mundial, Lionel Messi, chamado seus colegas para deixarem o campo e partido para o vestiário para combater atitudes tão desumanas como essas? Fica a pergunta no ar.