(Reprodução/vídeo sobrevoo)

 

Nesta terça-feira (3), uma onda de tweets cobra atitude do governo federal em relação à invasão de garimpeiros à Terra Indígena Yanomami. Estima-se que mais de 20 mil garimpeiros estejam atuando ilegalmente em território homologado, cometendo crimes de diversas naturezas, tendo os indígenas do território como alvo. Mulheres, jovens, adolescentes e crianças são as principais vítimas.

Os tweets foram impulsionados pelo desaparecimento dos moradores da comunidade Aracaçá, na região de Waikás, como anunciado com exclusividade pela Mídia Ninja. Era lá que vivia a adolescente que foi estuprada e morta por garimpeiros e a criança de 4 anos que teria morrido afogada durante a mesma ação truculenta dos invasores.

A antropóloga Adriana Dias foi uma das primeiras pessoas a se posicionar.

O jornalista e ambientalista, Leandro Barbosa também se manifestou sobre o assunto, cobrando uma reação do poder público.

A denúncia

Foi o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Yek’wana (Condisi-YY), Júnior Hekurari Yanomami, quem recebeu as denúncias e cobrou investigações, encaminhando ofício à Polícia Federal, Funai e MPF, dentre outros órgãos e instâncias. Logo depois que a PF ter divulgado nota dizendo não ter encontrado indícios dos crimes, Júnior contou detalhes sobre a diligência à Mídia Ninja. Relatou que a comunidade havia sido queimada e os cerca de 24 moradores haviam desaparecido.

Logo, com base em relatos de lideranças do povo Yanomami, Júnior informou em nota oficial que o que pode ter ocorrido é que os moradores queimaram a comunidade por conta da morte de um ente querido. Como parte do fúnebre, a adolescente também pode ter sido cremada, indicando que houve uma morte e que ela foi alvo de muita comoção. Desta forma, os moradores da comunidade migram para outro local. Mas o paradeiro deles é desconhecido.

Júnior Hekurari Yanomami disse ainda que outros Yanomami foram interrogados pela PF, mas pareciam ter sido cooptados e coagidos por garimpeiros para atrapalhar as investigações. A PF, por sua vez, garantiu que seguirá investigando o caso.

O caso tem repercutido fortemente. A ministra Cármen Lúcia já havia cobrado apuração rigorosa e nesta segunda-feira (2), a Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal aprovou o requerimento para diligência externa em Roraima. O documento foi apresentado pelo presidente do colegiado, Humberto Costa (PT-PE). A viagem dos senadores está prevista para 12 de maio. O objetivo é apurar quais são as ações que estão sendo tomadas no enfrentamento ao garimpo ilegal.

“Este colegiado tem de ir presencialmente àquela região para acompanhar as medidas que estão sendo tomadas para preservar esta comunidade e, também, tomar as ações necessárias para garantir o cumprimento dos direitos invioláveis deste povo”, defendeu no documento.

No requerimento afirma que é “obrigação” da CDH tomar providências contra esta “mazela que está matando os Yanomami”, e que o “Estado brasileiro ainda é omisso e está deixando a comunidade Yanomami desaparecer”.

Confira alguns tweets que têm repercutido nas redes: