Inicialmente prevista para se dissipar até sexta-feira, o fenômeno ganhou fôlego e continuará afetando o clima brasileiro

 Foto: reprodução

A terceira onda de calor do ano está desafiando as previsões iniciais e prolongando sua permanência em regiões do Brasil. De acordo com os modelos meteorológicos da Climatempo, as altas temperaturas, acima da média, devem persistir até a próxima terça-feira, dia 20 de março, impactando o Sul, Sudeste e parte do Centro-Oeste do país.

Inicialmente prevista para se dissipar até sexta-feira, o fenômeno ganhou fôlego e continuará afetando o clima brasileiro. O ápice dessa onda de calor está previsto entre quinta e sábado, com uma leve oscilação no domingo devido à entrada de umidade, seguida pelo retorno do calor no início da próxima semana.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um aviso de “perigo” válido até o dia 15 de março, alertando para temperaturas máximas até 5°C acima da média em cinco estados: Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O aviso laranja do Inmet, indicando “perigo”, é emitido quando há a persistência de temperaturas acima da média por três a cinco dias.

Emergência climática e racismo ambiental

Os termômetros devem atingir suas marcas mais elevadas na faixa oeste do Rio Grande do Sul, extremo oeste de Santa Catarina, extremo oeste do Paraná e faixa sul e oeste do Mato Grosso do Sul, com temperaturas até 8ºC acima da média. Nesta quarta-feira, as maiores máximas são esperadas no oeste do Mato Grosso do Sul e oeste de São Paulo, com temperaturas próximas a 40ºC, de acordo com a Climatempo.

Essa onda de calor ocorre em um contexto global de aumento das temperaturas, conforme revelado pelo relatório preliminar da Organização Meteorológica Mundial (OMM), que aponta 2023 como o ano mais quente desde 1849. O impacto da emergência climática é sentido de forma desigual, com as populações mais empobrecidas, especialmente pessoas negras, indígenas e periféricas, enfrentando maiores dificuldades para se proteger do calor.

Essas disparidades sociais refletem o conceito de racismo ambiental, destacando como as comunidades mais vulneráveis sofrem de maneira desproporcional os impactos negativos das mudanças climáticas. A falta de infraestrutura e políticas urbanas adequadas amplifica esses efeitos, especialmente durante períodos de chuvas intensas, que tendem a afetar mais as populações que vivem em moradias precárias.

Para lidar com as altas temperaturas e reduzir as emissões de gases de efeito estufa, a ONU lançou o Compromisso Global de Resfriamento durante a COP28, propondo soluções de resfriamento passivo e a redução do uso de ar-condicionado. Essas iniciativas visam não apenas enfrentar a crise climática, mas também proteger os direitos humanos fundamentais, incluindo o direito a um meio ambiente limpo e saudável, mas enfrenta crítica por não acompanhar a urgência necessária de debate sobre o tema.