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Por Lilianna Bernartt

“Levante” é o primeiro longa-metragem da diretora Lillah Halla, que aborda o tema do aborto. Da diretora Lillah Halla, o longa foi considerado o melhor filme das Seções Paralelas na premiação da Fipresci (Federação Internacional dos Críticos) em Cannes.

O filme conta a história de Sofia (Ayomi Domenica Dias), uma jogadora de vôlei em destaque na carreira, que descobre estar grávida. Para não interromper o progresso de sua carreira, ela decide fazer um aborto e viaja para o Uruguai, onde o procedimento é legalizado desde 2012.

A trama destaca as problemáticas do aborto no Brasil, como o aborto clandestino e a busca de jovens por esse procedimento em outros países.

O longa-metragem foi premiado pelos jurados devido à “interpretação brilhante, montagem dinâmica, música cativante e narrativa emocionante, transmitindo a mensagem de que o direito ao aborto é um direito humano”.

Por meio de uma história de luta por direitos humanos e apoio, a diretora aborda questões como o feminino, a autonomia das mulheres sobre seus corpos, religiosidade, diversidade e inclusão. A protagonista faz parte de uma equipe composta por mulheres e pessoas trans, que formam sua família e círculo de apoio.

Em seus agradecimentos, a diretora Lillah Halla mencionou o reconhecimento como um exemplo do “renascimento do cinema brasileiro”, referindo-se ao processo de reestruturação do cinema nacional após a redução dos incentivos culturais durante o governo Bolsonaro. A diretora também elogiou o retorno do Ministério da Cultura.

Esta é a segunda participação da diretora Lillah Halla em Cannes. Em 2019, ela concorreu com o curta-metragem “Menarca”, que também aborda questões femininas em uma sociedade patriarcal.