Foto: Arquivo Nacional, Correio da Manhã, PH FOT 00229.410
O presidente Jair Bolsonaro determinou ontem, 25 de março, que as forças armadas façam as ‘devidas comemorações’ no dia 31, data que marca os 55 anos do início da ditadura no Brasil. Qualquer tipo de comemoração na data já haviam sido suspensas durante o governo da presidenta Dilma, que foi torturada pelo Exército durante o regime.
A decisão, somada à outras declarações como a homenagem a Brilhante Ustra, torturador de Dilma, em pleno congresso nacional e em mais de uma entrevista onde tece elogios ao período, gerou uma grande repercussão nas redes sociais. Celebridades e políticos twittaram dados sobre a tortura vivida no período, sobre a economia no governo militar e fizeram comparações com a postura de outros países da América Latina para com a ditadura.
Confira algumas das reações no Twitter
Defender a ditadura militar é apologia ao crime e deveria dar cadeia. É um absurdo um presidente da república fazer o que está fazendo e sair impune
— Renata Ventura (@rehventura) March 26, 2019
Na escola, alunos aprendem exaustivamente sobre as atrocidades do nazismo. Nas ruas, memoriais e museus não deixam que a verdade histórica seja esquecida. Estratégia é lembrar do passado para que erros não se repitam. https://t.co/o3VxBTUVUk
— DW Brasil (@dw_brasil) March 26, 2019
Um governo sem atitude, sem vergonha na cara, sem proposta, sem plano. Comemorar a ditadura além de vergonhoso é inaceitável. #DitaduraNuncaMais
— Teresa Cristina (@1TeresaCristina) March 26, 2019
Não há nada a ser celebrado no aniversário do golpe militar de 1964. A ditadura abriu uma ferida em nosso país que sangra até hoje. Seu legado é de violência, ilegalidades e corrupção.#ditaduranuncamais pic.twitter.com/Nq2J2JyjTf
— Ana Eloisa (@RAMALHOELOISA) March 26, 2019
Bolsonaro querendo comemorar os 55 anos do golpe militar é uma das coisas mais constrangedoras dos últimos três meses. O presidente não quer trabalhar. Bolsonaro só quer lacrar.
Que pena do Brasil! Que pena! #DitaduraNuncaMais— Juliana Gonçalves (@Jollyxx) March 26, 2019
Bolsonaro querer comemoração do período marcado por mortes, tortura e desaparecimento é uma ofensa à democracia.
Para o período mais vergonhoso da nossa história não há comemoração, há luto!#DitaduraNuncaMais
— David Miranda (@davidmirandario) March 26, 2019
Que vergonha!!! Um presidente que estimula homenagens a um dos piores momentos da nossa história. Crimes contra a humanidade na prática serão comemorados no Brasil de 2019. Esses nossos tempos serão de luta contra o autoritarismo. #DitaduraNuncaMais
— Fernanda Melchionna (@fernandapsol) March 26, 2019
Bolsonaro não passa vergonha só no Brasil. No Chile, minimizou a ditadura Pinochet. No Paraguai, elogiou Stroessner. Todos se constrangeram diante das declarações porque todos aprenderam com a própria história. Bolsonaro não. #DitaduraNuncaMais
— Renata Souza (@renatasouzario) March 26, 2019
Amigos meus que não gostam do PT me diziam que seu voto era Bolsonaro. Quando eu os lembrava de que o candidato elogiava a tortura e achava poucos os assassinatos da ditadura, meus amigos me diziam que não era a sério. Agora me pedem desculpas.
— Hildegard Angel (@hilde_angel) March 26, 2019
Bolsonaro, eleito democraticamente, quer homenagear a ditadura. O cerceamento das liberdades, as torturas e as mortes ocorridas no Golpe de 64 não deveriam ser motivos de comemoração. #DitaduraNuncaMais
— Alessandro Molon (@alessandromolon) March 26, 2019
não ta suave.
querer comemorar um período sombrio, de medo, dúvidas, insegurança constante, desaparecimentos, dor — pra que? pra quem?
é uma afronta. e a assinatura no atestado de profunda ignorância. #DitaduraNuncaMais
— Maria Rita (@MROFICIAL) March 26, 2019
Prez Bolsonaro wants Brazil to commemorate March 31 the anniversary of the military taking over power in 1964.
His spokesperson says Bolsonaro doesn’t believe Brazil ever had a military dictatorship.
I’m just a gringa, so Brazilians, tell me, honestly, what do you think?
— Shannon Sims (@shannongsims) March 26, 2019
Bolsonaro só é quem é graças à democracia. Se houvesse um golpe militar, ele jamais seria um dos protagonistas. A ala golpista dos militares sempre o considerou um lixo, um vagabundo traidor. Ele é a escória da escória.
— JornalismoWando (@JornalismoWando) March 26, 2019
O Paraguai certamente não comemora o pedófilo Stroessner. O Chile não comemora Pinochet. Ou qualquer ditador envolvido na Operação Condor.
Por que ainda temos esse tipo de absurdo no Brasil? Qual a diferença? Todos os países sul americanos puniram seus ditadores. Menos nós.— Marcius (@cartermariano) March 26, 2019
Não vamos deixar barato a decisão
do governo de comemorar o
triste e revoltante 31 de março.
Manifestações estão sendo organizadas por todo o país.
Às ruas domingo para protestar. https://t.co/1FoNmGWzTl— Ultrajano (@ultrajano) March 26, 2019
Alguém consegue imaginar a Alemanha celebrando a era Hitler ou a França comemorando a ocupação nazista? Esses episódios são vergonhas para a humanidade, assim como a ditadura no Brasil entre 1964 e 1985. Só alguém que tenha desprezo pela democracia pode fazer isso.
— Paulo Pimenta (@DeputadoFederal) March 26, 2019
O que Bolsonaro quer celebrar no aniversário do golpe de 64?
Os 434 mortos pela Ditadura?
Os 210 desaparecidos?
As torturas realizadas?
Os cadáveres ocultados?
A censura nos jornais?O que precisamente Bolsonaro quer comemorar?
— Margarida Salomão (@JFMargarida) March 26, 2019
Início da ditadura militar:
Dívida Externa: 3,4 bilhões de dólares
Inflação: 92,12%Fim da ditadura militar:
Dívida Externa: 91 bilhões de dólares
Inflação: 242,62%— Haddad Debochado (@HaddadDebochado) March 26, 2019
Quando vemos parlamentares defendendo a comemoração do golpe de 64, que perseguiu deputados, assassinou e chegou a fechar o Congresso Nacional, é sinal de que nossa democracia vai muito mal. #DitaduraNuncaMais
— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) March 26, 2019