Enquanto acontecia a entrevista de 40 minutos no Jornal Nacional, houve um “panelaço” constante em diversas regiões do país

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Por Mauro Utida

Bastaram apenas alguns minutos de entrevista no Jornal Nacional da TV Globo, na noite desta segunda-feira (22), para Jair Bolsonaro (PL) dizer a primeira mentira ao vivo em rede nacional, dizendo que “nunca xingou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF)”, fato que o entrevistador Willian Boner lembrou que o presidente já xingou de “canalha” o ministro Alexandre de Moraes.

Enquanto acontecia a entrevista de 40 minutos no Jornal Nacional, houve um “panelaço” constante em diversas regiões do país.

A entrevista de Bolsonaro na emissora de TV prosseguiu com ataques ao sistema eleitoral e ao STF, onde Bolsonaro se comprometeu a não intervir no resultado eleitoral.

As mentiras aumentaram conforme o presidente tentou argumentar críticas ao governo no combate a pandemia da covid-19, que já resultou em mais de 680 mil mortes de brasileiros. Bolsonaro alegou que a resposta do governo foi “rápida” para compra da vacina, voltou a criticar o afastamento social e a defender o tratamento precoce, medidas que já foram comprovadas cientificamente ineficazes.

A jornalista Renata Vasconcellos criticou a falta de sensibilidade de Bolsonaro com a população durante a pandemia e perguntou se ele se arrependia de ter imitado um paciente com falta de ar. Mas, o mandatário escapou da resposta e voltou a criticar ações de combate dos governadores. Bolsonaro também alegou que a expressão que usou para dizer que quem tomasse vacina iria virar jacaré é “uma figura de linguagem”. “O jacaré faz parte da literatura”, disse.

No tema sobre economia, o chefe do executivo disse que os números “são fantásticos” e declara que se reeleito manterá o mesmo modelo de governo.

Perguntado sobre o aumento do desmatamento em seu governo, Bolsonaro defendeu madeireiros e declarou que o Ibama comete abusos em atear fogo no maquinário apreendido. Ele gaguejou a dizer que “não estão derrubando árvores”.

Ao ser questionado sobre a aproximação com o Centrão, grupo que criticava quando foi eleito, Bolsonaro voltou a fugir da pergunta e declarou que em seu governo “não há corrupção” e é “padrão Salles de competência”.

Bolsonaro também argumentou que “não houve escândalo no MEC”, caso que levou à prisão do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, e a investigação da atuação de pastores sem cargo no governo como intermediários de verbas públicas.

O chefe do executivo também negou interferências na Polícia Federal e declarou que críticas internas da instituição são “brigas políticas salariais”.

Nas considerações finais, Bolsonaro ainda afirmou que “passificou o MST” (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra).

O próximo presidenciável que será entrevistado no Jornal Nacional será Ciro Gomes (PDT), nesta terça-feira (24).