Lançado nesta sexta (29), “Renaissance” é dedicado a Johnny Knowles e se inspira na cultura de ballroom

Beyoncé à esquerda, Tina e Johnny Knowles à direita (Foto: Reprodução Instagram)


Por Rod Gomes

Desde que Beyoncé lançou o single “Break My Soul” no dia 21 de março de 2022, muito se indagou sobre qual seria a levada do novo álbum. Lançado nesta sexta (29), “Renaissance” movimentou o mundo da música internacional, trazendo referências à era disco e à cultura ballroom. Mas a inspiração nas culturas LGBTQIAPN+ não é um acaso. O novo trabalho da cantora é dedicado a Johnny Knowles, seu tio, e também a outra pessoas das comunidades que construíram estas referências.

Antes mesmo do lançamento novo disco, de acordo com o Pink News, alguns fãs da cantora já especulavam sobre a possibilidade de imagens vazadas do livreto do álbum físico apresentarem uma foto de Johnny com a mãe da artista, Tina Knowles, na sessão de agradecimentos.

O rumor foi se tornando mais forte ao passo que na última terça, Tina postou em suas redes um vídeo dela dançando “Break My Soul” com o arista Mark Bradford. Na legenda da postagem a mãe da cantora disse: “Mark e eu nos unimos por nossos entes queridos que perdemos muito jovens”, e acrescentou: “Então, quando Beyoncé e eu conhecemos Mark, olhamos uma para a outra e ambas dissemos ‘Johnny’, meu melhor amigo e sobrinho que ajudou a criar meus filhos”. Embora Johnny fosse sobrinho de Tina, de acordo com o Pink News, Beyoncé e sua irmã Solange se referiam a ele como tio.

Esta não seria a primeira vez que a cantora fala abertamente sobre Johnny, conforme lembrado por Iran Giusti em matéria ao Terra Nós, no GLAAD Media Awards de 2019, um evento realizado pela organização que defende os direitos LGBTQIAPN+ e que a homenageou naquele ano, Beyoncé dedicou o prêmio ao tio em seu discurso

“Eu quero dedicar esse prêmio ao meu tio Johnny, o homem gay mais fabuloso que eu já conheci… que ajudou a criar minha irmã e eu. Ele viveu sua verdade.” disse a artista.

A confirmação que “Renaissance” é uma homenagem direta a Johnny só se deu após o lançamento oficial do novo álbum. As suspeitas dos fãs foram certeiras, não só sobre a foto, que Tina Knowles afirmou se tratar dela e Johnny em um clube, quando tinham 38 e 40 anos respectivamente, como também no texto de agradecimento.

Na página em questão, Beyoncé escreveu “Um grande obrigado ao meu tio Johnny. Ele foi minha madrinha e a primeira pessoa a me expor a muitas das músicas e cultura que servem de inspiração para esse álbum” e ainda lembrou que outras pessoas das comunidades LGBTQIAPN+ não reconhecidas, também ajudaram a construir a cultura que serviu de inspiração para o novo trabalho “Obrigada a todos os pioneiros da cultura, a todos os anjos que não tiveram suas contribuições reconhecidas por tanto tempo. Essa celebração é para vocês.”

Segundo Tina Knowles, Beyoncé tinha apenas 17 anos quando Johnny morreu em decorrência de complicações do HIV. No discurso do GLAAD Awards 2019 a cantora também falou sobre o caso “Ele foi corajoso e sem remorso durante uma época em que este país não era tão receptivo. E testemunhar sua batalha contra o HIV foi uma das experiências mais dolorosas que já vivi. Espero que sua luta tenha ajudado a abrir caminhos para outros jovens viverem mais livremente.” disse emocionada.

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