Foto: Reprodução Netflix

Por José Carlos Almeida

Em novo artigo publicado no último sábado (21/05), para o The New York Times, a pesquisadora Laura Bullard, destacou como as Universidades Historicamente Negras, as H.B.C.U.s (Historically Black Colleges and Universities), ganharam destaque ao longo dos últimos anos, principalmente após a apresentação de Beyoncé no palco do Coachella 2018. A cantora foi a primeira mulher negra a ser uma atração principal no Coachella.

“Em um dos maiores acenos de uma das maiores estrelas, Beyoncé incorporou a eletricidade de alto nível de uma H.B.C.U. com sua banda marcial e a iconografia da vida grega negra em sua performance histórica no Coachella em 2018, que veio a ser apelidada de Beychella”, enfatizou a publicação.

Laura escreve sobre a interação entre identidade e estruturas de poder com foco em gênero, sexualidade, raça e doença mental. De acordo com Bullard, a forma como o show, que depois se tornou um documentário da Netflix, incorporou elementos precisos de dança, canto e imagens ajudou a difundir a presença das universidades historicamente negras dentro da cultura pop. “A coreografia de precisão, os cânticos de chamada e resposta, o espírito inabalável, a performance foi uma celebração visível e visceral das tradições profundas presentes numa H.B.C.U.”.

Durante o show em 2018 Beyoncé fez uma homenagem a Nina Simone, ícone da música negra, fazendo um mashup das músicas Drunk in Love com Lilac Wine. Assim, Beyoncé nunca teve medo de dar suas opiniões políticas em apresentações e naquela ocasião não foi diferente.

A cantora incluiu também um trecho de um discurso de Malcolm X, um dos líderes nas décadas de 1960 e 1970 que reivindicava direitos civis para a população negra, durante a música Don’t Hurt Yourself.

“Este parece um momento muito novo e diferente em torno da aceitação, visibilidade e representação da cultura pop dos H.B.C.U.s”, disse Mark Anthony Neal, professor de estudos africanos da Duke University. “A estatura cultural dos H.B.C.U.s aumentou em parte, também, por causa da dinâmica social do país após o assassinato de George Floyd e um verão histórico de protestos que forçaram um despertar da justiça racial e uma deliberação nacional sobre o que significa ser negro na América”.

George Floyd foi estrangulando no dia 25 de maio de 2020, na cidade Minneapolis por um policial branco Derek Chauvin, que ajoelhou em seu pescoço durante uma abordagem por supostamente Floyd usar uma nota falsificada de vinte dólares em um supermercado. Após sua morte, protestos contra o racismo começaram a acontecer nos Estados Unidos e no mundo.

Indo além de Beyoncé, o artigo também elencou os esforços históricos de obras como a série “A Different World”, de 1987 e o filme “School Daze”, dirigido por Spike Lee, de 1988. Leia a publicação, clicando aqui.