Foto: Midia NINJA

Uma criança de nove anos foi assassinada a tiros na noite dessa quinta-feira, 10, no Engenho Roncadorzinho, município de Barreiros, Mata Sul de Pernambuco. O menino era filho de Geovane da Silva Santos, uma das principais lideranças da comunidade e presidente da Associação dos/as agricultores/as familiares do local. O pai também foi atingido pelos disparos, mas sobreviveu ao atentado.

O crime bárbaro aconteceu por volta das 21h, quando sete homens encapuzados e fortemente armados invadiram a casa do presidente da associação e atiraram no trabalhador rural, que foi atingido de raspão no ombro. Em seguida, os homens atiraram no filho do agricultor, que se escondia debaixo da cama com a mãe. A criança não resistiu aos disparos e morreu. Segundo informações de agricultores e agricultoras da localidade, a casa do presidente da associação já foi alvo de outros atentados. A família e a comunidade estão aterrorizadas e em estado de choque.

As organizações sociais cobram que investigações sejam imediatamente realizadas para apurar a sua eventual relação com o conflito agrário instaurado no local, sendo certo que, independente da motivação, é inadmissível e repugnante a invasão da casa de uma família e o execução cruel de uma criança

No Engenho Roncadorzinho, a ocupação das famílias na condição de agricultoras familiares se deu após falência das usinas onde trabalhavam ou eram credoras, mas nunca receberam as devidas indenizações. O Engenho foi propriedade da Usina Central Barreiros, atualmente uma Massa Falida sob administração do Poder Judiciário, que o arrendou.

A comunidade existe há 40 anos e abriga cerca de 400 trabalhadores rurais posseiros, sendo 150 delas crianças, e nos últimos anos, a comunidade vem sofrendo diversas ameaças e violências promovidas por empresas que exploram economicamente a área, com intimidações, destruição de lavouras e com contaminação das fontes de água e cacimbas do imóvel por meio da aplicação direcionada e criminosa de agrotóxico de alta toxidade, segundo a Fetape.

Com informações da Comissão Pastoral da Terra