De acordo com a pesquisa, Lula tem 45% da intenção de votos para o primeiro turno, contra 33% de Bolsonaro, diferença de 12 pontos que não foi alterada com o início do pagamento do Auxílio Brasil

No Nordeste a vantagem de Lula continua sendo alta, 40 pontos. Foto: Ricardo Stuckert

Por Mauro Utida

O início do pagamento dos benefícios pelo governo federal, incluindo o Auxílio Brasil, não alterou a diferença entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), que se mantém em 12 pontos percentuais, na pesquisa Genial/Quaest nacional, publicada nesta quarta-feira (17).

De acordo com a pesquisa, Lula tem 45% da intenção de votos para o primeiro turno, contra 33% de Bolsonaro. Brancos/nulos e indecisos somam 12%.

O quadro regional também aparece inalterado. No Nordeste a vantagem de Lula continua sendo alta, 40 pontos. Nas outras regiões, os dois principais candidatos ao Planalto continuam empatados dentro da margem de erro (Sudeste 4 pontos, Sul 6, Centro-Oeste 8 e Norte 8).

Para o diretor do Quaest Pesquisa e Consultoria, Felipe Nunes, há dois movimentos que merecem atenção: a ofensiva de Bolsonaro sobre os evangélicos continua dando bons resultados e aumentou a diferença entre os dois candidatos de 19 para 24, neste segmento. No entanto, entre os católicos, a diferença permanece próxima dos 25 pontos em favor de Lula.

“Mas a expectativa de diminuição da diferença dos candidatos entre os que recebem o Auxílio foi frustrada. Ao invés de diminuir, aumentou de 23 para 30 pontos a vantagem de Lula sobre Bolsonaro nesse grupo”, informou Nunes, que é PhD em ciência política.


Para Nunes, há duas hipóteses possíveis para explicar essa reversão do efeito do Auxílio. “A primeira, seria a de que a população não dá crédito a Bolsonaro porque não sabe que ele é o ‘pai’ da proposta. Não parece ser este o caso, já que aumentou quem diz que ele é o responsável. A segunda hipótese possível é a de que Bolsonaro não atrai crédito político porque os eleitores desconfiam que as medidas não teriam sido feitas para ajudar as pessoas, mas para ajudar na reeleição do presidente. Os dados sustentam essa tese: 62% acreditam nisso”, afirma.

O levantamento ouviu 2 mil pessoas em 120 municípios das cinco regiões do País entre os dias 11 e 14 de agosto. A margem de erro é de 2 pontos percentuais e o nível de confiabilidade de 95%.

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