Foto: Mídia NINJA

Em um debate com Dinha sobre Novas perspectivas sobre o modernismo de 1922, Amara Moira, que é travesti, escritora, professora de cursinho falou sobre ressignificar o movimento literário cem anos depois.

Nesse encontro, levantou uma bola importante sobre como o racismo e a homofobia operavam também em um espaço mais intelectual. Nesse momento, Amara comenta sobre ataques a Mário de Andrade:

“A gente tem ali (no modernismo) um protagonismo muito grande de pessoas brancas, elitizadas, na melhor das hipóteses pessoas negras de pele clara. E é um debate a respeito do Mário de Andrade, qual é a cor do Mário de Andrade? Ele vai ser cobrado durante os anos áureos da década de 20, vai ser ironizado por seus pares por lerem ele como homossexual, várias insinuações absurdamente homofóbicas vão ser feitas em relação a ele por conta da suposição de uma orientação sexual dissidente por ele não ser uma pessoa considerada branca, pela branquitude que imperava em 1922”

Para Amara, é importante estar em um espaço como a Bienal e ter um debate como esse encabeçado por pessoas trans. E isso vem se tornando cada vez mais recorrente:“É bonito de ver que estamos cada vez mais circulando de forma mais ampla nos espaços, a gente não é mais as primeiras a estar nos lugares… Estamos diante de outro momento. Tem coisa pra avançar mas conseguimos fazer coisa pra caramba também.”

Confira: