Colégio particular de classe alta de Curitiba foi palco de cenas lamentáveis na segunda-feira (31) após o resultado eleitoral em que Lula foi eleito

Alunos de colégio particular de Curitiba hostilizam colegas após derrota de Bolsonaro.
Foto: Reprodução/Twitter

Por Mauro Utida

Os estudantes que ameaçaram colegas que apoiam o presidente eleito Lula logo após o resultado eleitoral do último domingo (30) e foram flagrados trocando mensagens para comprar armas e matar o petista não sofreram nenhum tipo de punição até o momento pelo Colégio Marista de Curitiba.

Na segunda-feira (31), um vídeo de alunos do Colégio Marista mostrou um grupo com bandeiras do Brasil hostilizando outros estudantes e, de forma fascista, entoam o coro “ei, Lula, vai tomar no cu”.

Duas estudantes que foram vestidas de vermelho chegaram a ser agredidas. A mãe das estudantes, a advogada Janaina Santos, denunciou o caso em entrevista ao portal Uol.

“Chegou um piá do ensino médio e empurrou minha filha de 11 anos. Ela não chegou a cair. Depois os alunos contaram que alguns cuspiram na minha filha mais velha, na hora ela nem viu”, contou a advogada.

Segundo a reportagem, os alunos bolsonaristas do colégio e de outras escolas de elite – como o Positivo Ângelo Sampaio e o Bom Jesus, onde a mensalidade chega a R$ 1,9 mil – trocam mensagens em grupos de WhatsApp em que falam do desejo de comprar armas e de “matar o Lula”.

“Quem vai ser o herói que vai matar o Lula”, diz uma das mensagens. “A 12 do meu pai chegou sexta-feira kkk”, diz outro texto, sobre a compra de um armamento de calibre 12. “Vou atirar em feminista” e “vamo comprar arma”, dizem outras mensagens.

Imagem: Reprodução

Nota na íntegra do Colégio:

Com relação à mobilização dos estudantes que ocorreu no intervalo escolar do dia 31/10, o Colégio Marista Santa Maria (Curitiba/PR) informa que está atento aos movimentos e repudia quaisquer atitudes ou comportamentos que incitem todos os tipos de violência, seja ela simbólica, verbal, psicológica ou física.

A equipe escolar está mobilizada para, diretamente com os alunos, reforçar a importância do diálogo respeitoso, da empatia e do acolhimento às diferenças, valores que são base da educação Marista. Seguimos atentos também à segurança e bem-estar dos estudantes, colaboradores e familiares, no ambiente presencial e virtual, com foco no equilíbrio e em oferecer sempre um ambiente seguro para todos.

Sobre o caso de agressão contra as alunas vestidas de vermelho e as mensagens trocadas pelos alunos com discurso de ódio, o colégio não se manifestou até o momento.

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