Para atuar no interior do estado por 30 dias médicos chegam a cobrar R$ 204 mil

Foto: Janaína Pepeu/IEPS

Que o Brasil tem uma extensão territorial vasta que dificulta o acesso de médicos a diversas localidades, muitas pessoas já sabem. Mas, segundo reportagem feita pelo jornal A Crítica, além da dimensão geográfica, outra dificuldade tem sido os valores pedidos pelos médicos para atender no chamado Brasil Profundo.

“Recentemente fiz uma consultoria numa empresa para enviar três especialistas para o município. Seria um cirurgião geral, um anestesista e um ginecologista obstetra. Por esses três profissionais, a empresa nos cobrou R$ 503 mil”, contou o Secretário de Saúde do município de Lábrea (AM), Dário Vicente da Silva.

Ao entrar no Portal de Acesso à Informação e Transparência dos Municípios do Amazonas, é possível encontrar pagamentos de até R$ 46,3 mil aos médicos – valor três vezes maior que o subsídio pago ao prefeito da cidade, como é o caso de Caapiranga.

A esperança para o problema é o Programa Mais Médicos: “Contar com esse programa é sempre muito bom para a gente, porque o médico é o profissional de maior custo na equipe”, afirma o secretário de Saúde de Manacapuru, Rodrigo Balbi.

“O Mais Médicos é a única política assistencial presente em 100% dos municípios do país. Com sua retomada, 96 milhões de brasileiros terão garantia de atendimento médico na atenção primária, porta de entrada do Sistema Único de Saúde”, disse a Secretaria de Comunicação do Governo Federal, em nota durante o relançamento do programa no final de março. O governo Lula retoma o Mais Médicos com a abertura de 15 mil novas vagas. Até o final de 2023, serão 28 mil profissionais fixados em todo o país, principalmente nas áreas de extrema pobreza.

“Com esse programa, os municípios entram apenas com a contrapartida. No Mais Médicos é de R$ 3 mil e no Médicos pelo Brasil a partir de R$ 1,1 mil. Já quando a prefeitura precisa contratar por conta própria é R$ 20 mil aqui em Lábrea”, comenta Dário Vicente.