Foto: Reprodução / Adidas

Por Tatiana Abreu

Telstar, Tango, Azteca, Etrusco Unico, Questra, Tricolore, Fevernova, Teamgeist, Jabulani, Brazuca, Telstar 18 e Al Rihla. Nas últimas edições de Copa do Mundo, as bolas têm sido um grande destaque não só pelos nomes que recebem, mas também pelas tecnologias desenvolvidas. “Al Rihla” ficou conhecida nesta edição do Mundial pela modernização, performance e registros digitais em tempo real. Ainda assim, não conseguiu escapar de lances polêmicos. Assim como em Copas anteriores, esta edição teve duas bolas: “Al Rihla” e “Al Hilm”, para as semifinais e a final do Mundial.

Lançada em março deste ano pela marca Adidas, “Al Rihla” recebeu esse nome por significar “a jornada” em árabe e é a primeira com uma versão inteligente, ligada a sistemas eletrônicos que funcionam em conjunto com a Arbitragem Assistente de Vídeo (VAR). Em seu design estão as cores e artes que foram inspiradas na cultura, arquitetura e na própria bandeira do Qatar. A marca Adidas, que fornece bolas da Copa desde o Mundial de 1970, declarou que esta versão proporciona um “jogo mais rápido e preciso”.

Tecnologia

O mundial apostou na tecnologia como diferencial para rastrear não só o posicionamento da bola, como dos jogadores também. “Al Rihla” possui um sensor que indica precisamente o posicionamento da bola no campo. De acordo com o fabricante, o equipamento pode enviar dados de localização cerca de 500 vezes por segundo. Já no estádio, foram posicionadas câmeras que registram as informações de posicionamento dos jogadores que são enviadas quase que instantaneamente para otimizar o tempo de análise por parte da arbitragem. Essa tecnologia também tem admirado os espectadores com gráficos 3D logo após os lances.

O uso de novas tecnologias não foi suficiente para evitar polêmicas quanto ao posicionamento da bola em campo. Durante a partida entre Espanha x Japão, o segundo gol da seleção japonesa foi após uma disputa milimétrica da bola dentro de campo. A seleção Japonesa venceu a partida por 2×1, o que colaborou para uma polêmica, já que o resultado significou a eliminação da Alemanha na primeira fase do Mundial.

O lance foi reprisado diversas vezes na transmissão, sob a ótica de diversos ângulos e também foi assunto para debate entre especialistas. O fato é que o sensor da bola indicou que a mesma não havia saído completamente, indicando um gol legal. Em rede social, a Fifa declarou que o lance passou pela checagem do VAR para ser validado e que a bola não saiu de campo, utilizando um vídeo para explicar a tecnologia aplicada.

“Outras câmeras podem oferecer imagens enganosas, mas com base nas evidências disponíveis, a bola inteira não estava fora de jogo.”, declarou a entidade.

Foto: Reprodução / FIFA World Cup

Popularidade

Ainda que com design e tecnologia inovadoras, os valores não colaboraram para a popularidade da nova bola no Brasil. Com cinco modelos diferentes, a bola pode custar de R$ 99,99 a R$ 999,99, valor mais caro em toda América Latina. Além da versão oficial, a fabricante produziu também os modelos Treino, Salão, Liga e Minibola. Ainda que a bola oficial custe quase o valor de um salário mínimo no Brasil, a Adidas divulgou que apenas 1% de seus lucros líquidos – das vendas em todo o mundo – serão destinados para o projeto Commom Goal, instituição fundada por Juan Mata – jogador do Manchester United.

Novo visual e nome

 

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Para as semifinais e a final, a Adidas repaginou o design da “Al Rihla” e criou a “Al Hilm”, que significa “o sonho” em árabe. Sua coloração com base dourada e listras vermelhas faz referência às horas do crepúsculo, em que o céu fica em uma coloração avermelhada ao encontrar a areia do deserto no entardecer. De acordo com os fabricantes, seria o momento em que os sonhos se realizam sob os holofotes do Lusail Stadium, que sediará a final do Mundial. A combinação do dourado com os tons de vermelho remetem não só aos desertos, como o troféu da Copa e a bandeira do Catar. A nova bola está disponível nas versões Pro, League e Mini, com os mesmos valores da “Al Rihla”.

Texto produzido em cobertura colaborativa da NINJA Esporte Clube