Foto: Fernando Augusto / Ibama

Nesta sexta-feira (30), uma equipe de fiscalização do Ibama foi alvo de tiros por parte de garimpeiros durante operação acompanhada da Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança Pública nas proximidades da Terra Indígena Ituna/Itatá, em Altamira, no Pará. Os agentes que davam apoio à operação, revidaram.

Ninguém ficou ferido na troca de tiros, e os garimpeiros, que se esconderam na mata com a chegada dos fiscais, não foram presos.

Foram destruídas pelos agentes duas retroescavadeiras e três motores usados no garimpo, de acordo com o coordenador do Ibama responsável pela operação, Hugo Loss. A operação estava sendo acompanhada por uma equipe da Reuters.

Loss afirmou que um aumento expressivo da grilagem de terras na área indígena impulsionou a alta de desmatamento na reserva Ituna/Itatá que, segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), é destinada a índios isolados, engloba os municípios de Altamira, Anapu e Senador José Porfírio e ocupa uma área de 142.402 hectares.

Em fevereiro, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles exonerou 21 dos 27 superintendentes do Ibama e anunciou um “núcleo de conciliação ambiental”, criado em abril para revisar as multas aplicadas pelo órgão. A própria aplicação de multas caiu em 29% entre janeiro e agosto.

No primeiro dia de agosto, Bolsonaro afirmou que iria acabar com o órgão e o comparou à uma indústria da multa “que pune o homem do campo”.

O fim do Fundo Amazônia está diretamente ligado à diminuição da realização de fiscalizações contra o desmatamento ilegal na floresta que se dá porque as verbas financiam meios de transporte especiais, como veículos 4×4 e helicópteros, que são necessários para a realização das vistorias do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na região.