Tedros Adhanom Ghebreyesus. Foto: Denis Balibouse / Reuters

“O acesso ao aborto seguro salva vidas”. A declaração é do chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), feita nesta quarta-feira (4), após grande polêmica nos EUA com o vazamento sem precedentes de um projeto que indicaria que a Suprema Corte dos EUA cogitava acabar com os abortos legais em todo o país.

Sem mencionar explicitamente o caso dos EUA, o chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou que “restringir o acesso ao aborto não reduz o número de procedimentos”. Em uma publicação no Twitter, ele reforçou: “Isso leva mulheres e meninas a se tornarem inseguras”.

Conforme o projeto vazado, o tribunal derrubaria a decisão “Roe vs. Wade” de 1973, que protege o direito das mulheres americanas de interromper sua gravidez, consagrando o direito ao aborto em todo o país. As leis de aborto seriam então deixadas para as legislaturas estaduais individuais, com metade da expectativa de promulgar proibições ou novas restrições.

Para muitas mulheres, a potencial perda do direito ao aborto em grande parte dos Estados Unidos aumenta a perspectiva de serem forçadas a viajar centenas de quilômetros para o procedimento ou dar à luz em circunstâncias traumáticas.

“As mulheres devem sempre ter o direito de escolher quando se trata de seus corpos e saúde”, disse Tedros.

A agência de saúde da ONU emitiu novas diretrizes sobre cuidados com o aborto em março, em uma tentativa de ajudar a proteger a saúde de mulheres e meninas e prevenir abortos inseguros.

Segundo a OMS, cerca de 25 milhões de abortos inseguros são realizados anualmente em todo o mundo, com cerca de 39.000 mulheres e meninas morrendo como resultado a cada ano e milhões mais hospitalizadas devido a complicações.

A maioria das mortes acontece em países de baixa renda, com a África respondendo por 60% e a Ásia por 30%, mostram os dados.

Fonte: The Guardian e AFP