MST denuncia que mais de 20 capangas armados invadiram a área disseminando terror e atirando contra homens, mulheres e crianças

Os capangas queimaram as plantações e barracos. Foto: Divulgação/MST

Por Mauro Utida

Famílias do acampamento do MST (Movimento Sem Terra) Antônio Maeiro, na Chapada Diamantina, na Bahia, foram brutalmente agredidas por pistoleiros na noite da última quarta-feira (12). O MST denuncia que mais de 20 capangas armados invadiram a área disseminando terror e atirando contra homens, mulheres e crianças.

Segundo denúncia do MST, os pistoleiros foram enviados à mando da Fazenda do Rio. Além de aterrorizar as famílias, os capangas também atearam fogo nas plantações e barracos, com a intensão de expulsar as famílias. As denúncias foram encaminhas à polícia e Ministério Público.

“O acampamento é referência na produção de alimentos sem veneno e as plantações foram todas dizimadas, quiabo, milho, macaxeira foram alguns dos produtos que as famílias perderam, é difícil dimensionar o prejuízo causado às famílias Sem Terra”, informou o Movimento.

“Socorro, estão nos atacando, nos agredindo”, informou um dos Sem Terra através de áudio do WhatsApp.

“Eu fui agredido, minha esposa foi agredida, e a brutalidade foi tão grande que pessoas fugiram com medo de morrer, inclusive tenho dois filhos que estão por aí, que saíram correndo de medo e eu não sei onde eles estão”, afirma um dos acampados”, declarou no áudio.

Para o MST, toda essa investida contra o acampamento Antônio Maeiro evidencia as ações do coronelismo na região, que se acha no direito de usurpar o direito das famílias e tenta, numa tentativa desesperada, amedrontar o povo do campo.

“O MST repudia a ação e pede às autoridades competentes que hajam em prol das famílias, lhes assegurando o direito de permanecerem na terra”, afirmou.

Mais ataques

No último dia 1º, véspera das eleições, o acampamento do MST Clodomir Santos de Morais, em Ipueiras, na região centro-sul do Tocantins, também sofreu um ataque que deixou casas, pertences e plantações destruídas.

O fogo, além de destruir as plantações dos agricultores, também danificou parte da vegetação nativa. Esta foi a segunda vez que o acampamento sofreu com ataques de incêndio em menos de um mês, o anterior ocorreu na madrugada, dia 21 de setembro deste ano.

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