Ô irmão, se você acredita em mim, como eu acredito em você, então já era!” Renato Freitas foi perseguido e vitorioso segue em disputa para deputado estadual no Paraná, para alterar a estrutura excludente da política do estado

Foto: Mídia NINJA

“Eu acho que nós que sobrevivemos temos a obrigação de falar por quem se foi”. Renato Freitas teve seu mandato de vereador cassado ao entrar em uma igreja para protestar pelo assassinato do congolês Moïse Kabagambe. Após diversas disputas na Justiça, ele conquistou seu direito a retornar ao cargo e a concorrer a deputado estadual, além de receber um convite da própria Igreja Católica para ir à Itália conhecer o Papa Francisco. Renato era o líder da oposição, o que explica os motivos de tanta perseguição e tentativas de invalidar sua ocupação em um espaço de poder.

Renato Freitas é graduado e mestre em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), pesquisador na área de Direito Penal, Criminologia e Sociologia da Violência. Já trabalhou na Defensoria Pública do Estado do Paraná, e atuava como professor e advogado popular. “Eu acho que na periferia nós não temos essa condição, porque a gente está vivendo sempre pelo aluguel, sempre pela mistura. A gente tá sempre correndo tá ligado, a vida não existe fora de uma necessidade. Isso mutila a nossa criatividade”. Renato Freitas fala da importância de adquirir conhecimento para entender a sociedade como um todo e as diversas questões, recortes e barreiras que são colocados. Ele agradece o rap por isso, que foi uma escola em sua vida, e depois a universidade, onde adquiriu um outro conhecimento, uma sofisticação, como coloca.

Em 2020, quando foi eleito, Renato foi o primeiro vereador negro da Câmara Municipal de Curitiba junto a outras duas pessoas, e isso é um do motivos de sua perseguição. Além de sua cor de pele, a sua luta por igualdade e direitos incomodou quem já estava acostumado a não ter tanta oposição no jogo político da cidade. “A cabeça pensa onde o pé pisa. Os lugares onde nós pisamos exigem de nós saídas criativas.”

“Fui formado pelo rap, igual a mim, aqui, quantos filhos de mãe solteira, não viu num rap ali um pai para a vida inteira. E fui me construindo a partir dessa linha política que o rap me apresentou. Depois disso a universidade me deu uma outra sofisticação tá ligado, do que seria ali o entendimento do que eu acho que é algo, uma cartografia cognitiva”

NINJA nas eleições

Esta entrevista faz parte de um projeto autônomo da Mídia NINJA para visibilidade para candidaturas antifascistas.

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