Prestes a finalizar a segunda rodada, a Copa 2022 do Catar já pode ser chamada de Copa do Absurdo ou Copa dos Improváveis

Foto: Rhett Lewis / History of Soccer

Por Bárbara Kono

A magia do futebol está na improbabilidade. De lances, de vitórias, derrotas. E quando essa magia acontece, enche nossos corações de uma alegria inexplicável, pois nos tira da monotonia da previsibilidade.

Ninguém está imune à improbabilidade. Nem as seleções de maior prestígio mundial. Arábia Saudita e Japão, consideradas zebras nesta primeira etapa, deram um show de resiliência e controle emocional, enfrentando – e saindo vitoriosas – respectivamente as seleções da Argentina e Alemanha, duas grandes campeãs do torneio. Na segunda rodada, Marrocos venceu a Bélgica e se tornou a primeira seleção africana a derrotar um país europeu nesta Copa.

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Hoje pela manhã, vi um vídeo de uma brasileira residente dos EUA, contando que lá ninguém dá a mínima para o evento. Não pude lamentar mais. Afinal, apenas o futebol tem o poder de unir pessoas absolutamente diferentes e fazê-las se identificarem umas com as outras durante noventa minutos. Se esse sentimento não puder ser classificado como patrimônio cultural da nação brasileira, eu não sei o que pode.

Inclusive, ser brasileiro nunca envolveu tantos sentimentos e emoções num mesmo ano, e se depender da Copa, continuaremos com o coração na boca. É quase impossível acreditar que há menos de um mês estávamos passando por um momento de tanta rivalidade e ódio gratuito entre nossos conterrâneos.

A sensação de frescor do início de novos tempos, refletiu no nosso futebol, que reluziu em seu jogo de estreia. Dos pés dos nossos meninos até a forma como nos enxergamos como cidadãos, só nos resta esperar que esse compasso continue reverberando.

Texto produzido em cobertura colaborativa da NINJA Esporte Clube