O ano de 2020 terá sido o fundo do poço? Há controvérsias, mas eu quero que sim. Digo que quero porque não sei, não tenho luzes de profeta e me surpreendo, sempre, com os caprichos do destino. Mas também quero porque, sem o querer, não há esperança que se realize. Queiramos, então, para começarmos a emergir em 2021.

A controvérsia se justifica. O ano virou com a degradação sanitária e política ainda ativa, que terá que ser penosamente compreendida. Foram muitas perdas, ficaram muitas sequelas. Faltam empregos, oportunidades, alimentos, abrigos e solidariedade. A ignorância continua no poder.

Mas há luz no alto do poço. Estamos na luta pela imunização e a delinquência do poder não é novidade para mais ninguém. A sociedade deve recuperar, aos trancos e barrancos, a capacidade de se mobilizar. Nada será fácil: a esperança é uma construção.

Aquário

Diana Motta explica que a astrologia é uma ciência exata. Desde que se conheça a dinâmica entre os astros, pode-se deduzir movimentos energéticos e períodos definidos em que ficamos sob influências determinadas. Mas é a nossa liberdade, surfando ou rejeitando a onda, que vai definir a outra parte da história.

Diana ressalta que, em 20/12/2020, o movimento dos astros nos transpôs para a “Era do Aquário”, um signo que tem o ar como elemento predominante. “O signo de ar representa o ilimitado, onde o impossível se torna possível. Essa será a energia de 2021”, diz ela. Será um tempo em que devem predominar valores como a solidariedade, a igualdade e a sustentabilidade. Estamos sob a influência de Urano, que irradia energia de mudança.

Mas uma mudança de era não se faz de um dia para o outro. Estamos em transição, numa espécie de disputa cósmica entre forças transformadoras e resilientes. Essa situação recomenda atenção e prioridade às crianças, que vêm a esse mundo sem apegos e são as nossas antenas mais sensíveis – e amorosas – para captar a energia da transformação.

Foco da coluna em 2021

Em 2020, o foco desta coluna foi o “poder delinquente”. O objetivo foi ajudar a dissecar as relações de poder num momento de elevada deterioração da política. Embora a delinquência seja resiliente, a tônica da coluna, na nova era, deve dar um passo adiante, no rumo da esperança.

Porém temos que estar espertos quanto à imbecilidade resiliente e não podemos baixar a guarda diante dos violentos. Eles estarão, o tempo todo, conspirando contra. Isso só reforça que a esperança de que precisamos, em 2021, tem que ser resistente e estar viva, organicamente, nos nossos atos. Não é só a ideia vaga, mas uma força operante e insistente.

Sendo assim, a coluna vai procurar e reportar os sinais vitais de esperança que emanam da própria sociedade, da sua diversidade, das suas sabedorias, não se atendo só às entranhas da delinquência. E ela vai se chamar, daqui para a frente, “Esperança Equilibrista”, para homenagear este momento de inflexão lembrando o hino (“O Bêbado e a Equilibrista”) com que João Bosco e Aldir Blanc enunciaram, em 1979, o começo do fim da ditadura militar.

Vamos encarar 2021 com olhar de criança e espírito de perseverança.

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