Foto: arquivo Juliana Cardoso

Será a primeira vez nos últimos anos que movimentos de mulheres feministas de expressão nacional, feministas organizadas em partidos, centrais sindicais, coletivos promoverão um 8 de Março Nacional unificado.

Já virou tradição! Todos os anos, o 8 de Março abre o calendário de lutas dos movimentos sociais. Há décadas, saímos às ruas por nossos direitos e contra os retrocessos. E agora, que enfrentamos a pior crise das últimas décadas, não será diferente.

Este ano, em que já perdemos mais de 262 mil pessoas para a Covid-19, por causa da incompetência e desumanidade dos governos, chefiados por homens brancos e ricos, caberá a nós mulheres darmos novamente o primeiro grito de revolta coletiva por #ForaBolsonaro e sua turma já.

Foi assim quando levamos às ruas nossa indignação contra Eduardo Cunha, um dos articuladores políticos do golpe contra presidenta Dilma Rousseff. Ele foi um dos porta vozes dos projetos reacionários que atentam até hoje contra a dignidade das mulheres, como o Bolsa Estupro.

Foi assim quando fomos as primeiras a denunciar neste projeto que comanda o Brasil hoje o seu caráter misógino e autoritário. Ao protagonizarmos as históricas manifestações do #EleNão prenunciamos a imposição dessa agenda conservadora e neoliberal

Infelizmente, o cenário hoje é muito pior do que poderíamos imaginar em 2018. A pandemia acelerou a crise econômica e deixou o Rei Nu diante da complexidade dos problemas econômicos e sociais que se avolumam.

Esse desgoverno aprofundou e deixou explícitas as desigualdades que há tanto tempo denunciamos. A cara da pobreza é a cara da mulher negra e indígena do nosso País. Somos nós, mulheres as principais vítimas do desemprego na pandemia. Somos nós mulheres que percebemos em nossos corpos o aumento da violência doméstica na quarentena.

O governo Bolsonaro nada fez, nada faz e nada fará para salvar o nosso povo da miséria que se avizinha. Ao contrário, o genocida ri como um déspota da nossa dor pela perda de amigos e parentes. Nomeia de mimimi a dor que não sente na pele.

Por isso, caberá novamente a nós mulheres, sobre quem continua pesando o velho machismo, a sobrecarga de dar o basta no retrocesso que significa o projeto encabeçado pelos Bolsonaros. Ele se traduz na perda de salários, na piora do desemprego e no ressurgimento da fome no nosso País.

Mais uma vez, vamos dar o exemplo de que é possível construir unidade em torno de algo que é comum a nós todas que é a defesa da vida e do direito de esperançar!

Foto: arquivo Juliana Cardoso

Será a primeira vez nos últimos 10 ou 15 anos que movimentos de mulheres feministas de expressão nacional, organizadas em partidos, centrais sindicais, coletivos promoverão um 8 de Março Nacional unificado.

É essa atitude corajosa das mulheres que a gravidade do momento pede.

O mote da articulação nacional construída é Mulheres na luta pela vida!  Fora Bolsonaro! Vacina para toda população e auxílio emergencial já!

Aqui na cidade de São Paulo aderimos a organização nacional e denunciamos a incoerência do governador João Doria e do prefeito Bruno Covas

Eles dizem que respeitam a ciência e se importam com vidas, mas insistem no retorno às aulas presenciais sem condições seguras para os professores, funcionários das escolas e alunos. Desinvestem na saúde e humilham educadores.

Estamos à beira de um colapso no sistema de saúde. A luta agora é para convencer às pessoas que não é hora de aglomerar.

Ainda neste grave momento, Doria determinou o fechamento de quatro prontos socorros de hospitais estaduais, deixando a população desassistida.

A verdade é que a diferença entre eles é que o Bolsonaro não acredita na ciência e minimiza o vírus, enquanto Dória e Covas fingem que acreditam!

Por isso, neste 8 de Março estaremos ocupando as redes sociais e fazendo ações simbólicas pela cidade.
Porque o momento não permite que a gente se aglomere!

Mas estaremos em ação denunciando esse governo genocida, exigindo vacina para todos e auxílio emergencial!

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