Por Juca Ferreira

As manifestações  de sete de setembro, em apoio a Bolsonaro e seu governo, levaram muita gente às ruas. A fala e toda a sua performance foi eleitoral e, nem de longe, de um chefe de Estado. E, não buscou ampliar, falar para o país, nem mesmo comemorar a independência. Se relacionou exclusivamente com a manada, sua base política.

Ali estavam pessoas mobilizadas pelas igrejas neopentecostais, por partidos de direita e do Centrão. Estavam conservadores, reacionários e muitos mobilizados de maneira ardilosa com pequenos pagamentos etc…

A base social fiel do bolsonarismo existe e é entre 17 e 20% da sociedade.

Eles intuem que vão perder as eleições, mas não vão deixar de existir e essa extrema-direita vai trabalhar para inviabilizar a esquerda, o PT, Lula e seu governo.

O discurso voltado prioritariamente para a própria base política da candidatura reflete essa expectativa e é uma estratégia. Eles já estão trabalhando para fidelizar essa base para o segundo turno e, principalmente, para depois das eleições.

Protesto indígena em Brasília. Foto: Mídia NINJA

Essa extrema direita é um fenômeno global e teremos que governar sabendo que a maré não está para peixe. As pesquisam indicam que a disputa eleitoral está caminhando para um acirramento da disputa entre as duas candidaturas – Lula e Bolsonaro – e a polarização, já está consolidada.

O enfrentamento será entre dois projetos de nação, dois modelos de sociedade, entre o neoliberalismo na sua versão fascista e o projeto que Lula representa, um projeto democrático, popular com ênfase na redução da desigualdade social e na melhoria da qualidade de vida de todo o povo brasileiro, tendo a afirmação da soberania brasileira como um objetivo central.

O projeto neoliberal é tosco e insensível e vem agravando a destruição da natureza, das florestas, dos rios e de todos os recursos naturais e a crise ambiental do país.

As pesquisas indicam a vitória de Lula. Existe uma possibilidade de Lula vencer ainda no primeiro turno, mas a disputa pode ir para o segundo turno.

Apesar do grande número de pessoas nas ruas, o dia de sete de setembro mostrou um presidente acuado, sem grandeza, sem nada a oferecer ao país, a não ser a vulgaridade e a grosseria de sempre. Apesar do número de pessoas que conseguiram mobilizar, o dia não foi bom eleitoralmente para o presidente. A mediocridade e a vulgaridade exposta, depõe contra sua capacidade de representar o Brasil e seu povo.