Em 1998, o Brasil testemunhou o nascimento de uma ferramenta revolucionária no cenário educacional: o Exame Nacional do Ensino Médio, mais conhecido como ENEM. O que começou como uma iniciativa para avaliar a qualidade do ensino no país tornou-se um dos maiores instrumentos da política pública brasileira para ampliar a inclusão no ensino superior.

Inicialmente concebido como uma prova qualitativa para diagnóstico da educação no país, ao longo dos anos ele evoluiu para muito além disso. Hoje, é uma das principais portas de entrada para as universidades públicas e privadas.

Ao longo desses 25 anos, o exame passou por diversas mudanças, incorporando novas metodologias de avaliação e adaptando-se às demandas da sociedade e da educação, incluindo também novas políticas, como o Passe Livre nos dias de provas, um direito que alcança cada vez mais cidades, uma bandeira que a União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES) defende desde os primeiros anos de provas.

Outro ponto crucial é a internacionalização do ENEM. Nos últimos anos, o exame tem sido aplicado em países parceiros, abrindo portas para estudantes estrangeiros que desejam ingressar em instituições de ensino superior brasileiras. Por outro lado, universidades de outros países também utilizam a nota para que estudantes brasileiros ingressem em suas instituições.

Como um instrumento para ampliar e democratizar o acesso à educação superior, ele deve passar por avaliações periódicas e aprimoramentos. Devido à sua abrangência, é essencial que leve em conta as especificidades regionais.

Em 2023, novamente, observamos um crescimento no número de participantes, totalizando quase quatro milhões de estudantes, um aumento de mais de 13% em relação a 2022. Isso evidencia que o ENEM é uma política de Estado que requer investimento e apoio para que continue se fortalecendo.

Na última etapa do exame, diversas regiões foram afetadas por eventos climáticos, impactando estudantes. Aqueles afetados devem solicitar uma nova prova, marcada para 12 e 13 de dezembro. É crucial que os estudantes busquem a reaplicação.

É dessa forma que aperfeiçoamos um instrumento: criando diálogo, mobilizando e pressionando para que entraves sejam corrigidos. Assim combatemos qualquer tentativa de desmonte dessa ferramenta.

Sou uma estudante que utiliza o ENEM para ser a primeira da minha família a ingressar no ensino superior, e assim milhões de jovens também buscam mudar a sua história.

O “ENEM Abre Portas” e é, portanto, uma peça fundamental no quebra-cabeça da educação brasileira. Ao longo desses 25 anos, desempenhou um papel crucial na promoção da igualdade de oportunidades e na construção de um futuro mais promissor para milhões de estudantes. A UBES estará defendendo seu aprimoramento, visando, a cada edição, mais alcance, menos ocorrências e mais jovens nas universidades.

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