A batalha pela revogação do Novo Ensino Médio, em prol da defesa da educação, atingiu um capítulo crucial durante a Conferência Nacional de Educação (CONAE), que encerrou em 30 de janeiro. Essa reunião democrática com o Ministério da Educação (MEC), responsável por moldar o próximo Plano Nacional de Educação, congregou educadores, gestores, estudantes e diversos membros da sociedade civil para debater e definir os rumos educacionais no país. Juntamente com a UBES, também se manifestaram a favor do fim da chamada “deforma”.

Considerando que o próximo Plano Nacional de Educação orientará as políticas educacionais na próxima década, a revogação do Novo Ensino Médio é fundamental, dado o papel estratégico desta etapa no desenvolvimento do Brasil.

A necessidade de reformulação na educação brasileira já era tema de discussões há anos. Desde o início da implementação do Novo Ensino Médio em 2017, críticas e desafios têm marcado o caminho. A ausência de um debate amplo e participativo foi apontada como causa de políticas pouco eficazes, prejudicando tanto educadores quanto alunos.

A CONAE se destacou pela ativa participação da sociedade. Fóruns online, audiências públicas e consultas populares permitiram que diversas vozes expressassem preocupações e propostas. Esse processo democrático foi essencial para compreender as reais necessidades do sistema educacional brasileiro.

Durante as discussões, ficou evidente que o Novo Ensino Médio enfrentava críticas em vários aspectos. A falta de estrutura para implementar as novas diretrizes curriculares, a desvalorização dos profissionais da educação e a ausência do envolvimento dos estudantes nas decisões educacionais foram pontos frequentes nas manifestações.

Diante da acumulação de críticas e da evidente insatisfação geral, a revogação do Novo Ensino Médio emergiu como proposta imperativa. Após intensos debates, a Conferência Nacional de Educação votou pela revogação da lei que instituiu as mudanças no ensino médio. Essa decisão representou um marco na busca por uma educação mais inclusiva, participativa e de qualidade.

A revogação do Novo Ensino Médio não significa um retorno ao status quo, mas sim a oportunidade de repensar e reconstruir um sistema educacional mais eficiente e alinhado às necessidades do século XXI. Novas propostas curriculares, investimentos em formação de professores e a inclusão de tecnologias educacionais são alguns dos desafios que se apresentam.

A Conferência Nacional de Educação de 2024 e a revogação do Novo Ensino Médio representaram um passo significativo na construção de um sistema educacional mais justo e eficiente no Brasil. A participação ativa da sociedade civil e a decisão coletiva indicam a importância do diálogo e da colaboração para alcançar mudanças positivas na educação. Resta agora transformar essa decisão em ações concretas, pavimentando o caminho para uma educação que prepare verdadeiramente os cidadãos do futuro.

Jade Beatriz, presidente da UBES