Ao longo dos meus poucos anos, tenho testemunhado a força e determinação dos estudantes brasileiros, que se erguem como protagonistas de suas próprias histórias e agentes de transformação de nosso país. Somos, antes de tudo, defensores de uma Educação pública, gratuita, de qualidade e inclusiva, pois compreendemos que é por meio dela que a democracia se materializa.

Foi uma grande realização, no dia 20 estarmos com uma comitiva de mais de 40 estudantes dentro do Congresso para conversar com os deputados sobre a nossa situação e urgências. É importante lembrar, que desde 2016, unimos nossas vozes na luta pela Revogação do Novo Ensino Médio, uma medida que se transformou em lei, mas que não representa os anseios de nossa juventude. A Primavera Secundarista foi um marco, quando ocupamos mais de mil escolas por todo o Brasil para reafirmar que não permitiríamos que nossa voz fosse silenciada, e que a Educação não serviria apenas aos interesses privados, mas sim ao desenvolvimento do nosso país.

A nossa resistência continua em cada canto do Brasil, nas redes e nas ruas, demonstrando a força dos estudantes. Sabemos que o modelo imposto não nos contempla e perpetua desigualdades, limitando nossas perspectivas de futuro. Não nos contentamos com qualquer escola, exigimos a melhor. É por isso que, para além da mobilização, apresentamos medidas concretas em nossa Nota Técnica.

A Escola é mais do que um espaço de aprendizado, é onde construímos nosso presente e disputamos nosso futuro. Por isso, é inegociável o fim do teto de 1800 horas e a consolidação de uma Formação Geral Básica de 2400 horas. Isso é crucial para a construção de um ENEM que garanta a isonomia e abra portas para o ensino superior, oferecendo novas perspectivas à nossa geração.

Nas ruas, protestamos contra os itinerários formativos que distorcem a verdadeira essência da Educação. O que deveria tornar a escola mais atrativa, na prática, a esvazia e precariza. É inadmissível que disciplinas fundamentais sejam reduzidas em detrimento de conteúdos superficiais.

O modelo atual enxerga o ensino médio como o fim da formação, quando deveria ser uma etapa propedêutica. Lutamos incansavelmente por um modelo que garanta a continuidade da trajetória dos estudantes, desde o ensino médio até o ensino superior.

Defendemos a qualidade do ensino-técnico-profissional no ensino médio, pois reconhecemos o potencial dos estudantes em pesquisa e produção tecnológica. Esta modalidade deve ser oferecida integralmente e presencialmente, com professores devidamente capacitados.

Somos a geração que deseja transformar a educação brasileira, como evidenciado pelas mobilizações em todo o país. A CONAE é uma conquista crucial para estabelecer metas e estratégias avançadas para os próximos anos.

Em um cenário pós-pandêmico, destacamos o papel vital dos Institutos Federais e Escolas Técnicas Estaduais no desenvolvimento e na ciência nacional. Defender esse modelo é defender a soberania nacional.

Aprovar um Sistema Nacional de Educação é essencial para integrar as redes de ensino e traçar metas para toda a educação brasileira. Nossa luta é estratégica e visa consolidar um projeto nacional de desenvolvimento sustentável, baseado em uma educação de alta qualidade. As escolas técnicas são fundamentais para a soberania nacional e o avanço científico do país.

Eu sei e você sabe: unidos, podemos alcançar uma educação transformadora e um futuro promissor para todos os estudantes brasileiros. A hora é agora!

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