Arnaldo Jabor, os canibais na sala de jantar! Apesar de discordar de algumas das suas posições políticas, o cineasta e cronista Arnaldo Jabor mergulhou no imaginário da classe média brasileira de forma demolidora e ácida, nos mostrou que ela tem os seus Hamlet de pijamas e donas de casa transcendentais!

Jabor combinava Nelson Rodrigues com Bergman e antecipou a miséria e o tragicômico de um grupo social: quem são, como vivem e como se comportam os “cidadãos de bem” que chegaram ao poder com o bolsonarismo.

Falo aqui de três filmes de Jabor que admiro: Opinião Pública, Tudo Bem, Toda Nudez Será Castigada e Eu te Amo. Eu sei que vou te amar, radicaliza e atualiza Eu te Amo, me impressionou na época, mas nunca mais revi.

Adeus Jabor! Tivemos uma breve e alegre convivência em meados dos anos 90 e depois, com suas posições políticas hostis ao lulismo, tomei distância, mesmo admirando seus insights a quente sobre “os canibais na sala de jantar”.

Jabor foi um crítico ferrenho de Bolsonaro que lhe deu oportunidade para voltar a dissecar certa classe média ressentida, que odeia “povo”, que se sente superior lutando manter seus valores ultrapassados em um país que desmoronou pra todos!

As obras geralmente são muito melhores que pessoas e opiniões.

Você me diria nelsonrodrigueanamente: não me apunhale pelas costas, eu te diria: está tudo bem e todos serão perdoados! Menos nosso inimigo comum!

 

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