O fato a seguir comentado deve ter sido da percepção de todos: desde a metade da semana que passou, a turma da Globo, com especial destaque a editoria do JN, começou a aliviar a barra das investidas em desfavor do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). O jornalismo da Vênus Platinada vinha sendo inclemente com Bolsonaro há mais de um mês. Depois da prisão de Fabrício Queiroz, o presidente baixou o tom. Acuado, percebeu o risco iminente em dobrar a aposta e tentar dar o truco.

Um novo papel passa a ser por ele encenado. De projeto de ditador prestes a decretar um auto-golpe para o tipo manso/conciliador foi uma transmutação e tanto. Houve até homenagem às vítimas do coronavírus, com o presidente da Embratur tocando “Ave Maria” no acordeon, em live de internet, na presença de Guedes e Bolsonaro com falsas caras de luto.

Depois de Queiroz enjaulado, também houve movimentos estratégicos para conseguir mudar o voto de dois desembargadores do TJRJ, visando fazer subir, à segunda instância, o caso do senador Flávio, o filho 01, decisão esta que pode ser derrubada no STF. Mas, com ela, a família ganhou tempo.

As Organizações Globo, porta voz do mercado financeiro, nunca pediu ou aderiu aos pedidos de impeachment de Bolsonaro. Eles preferem apostar, mais uma vez, na eterna tentativa de domesticar o presidente, em prol da manutenção da agenda econômica ultra-liberal de Paulo Guedes.

Na semana do arrego presidencial, seguido da trégua global, a turma do mercado conseguiu fazer com que fosse aprovado mais um dos perversos PLs por eles tão desejado, como cães que desejam, babando, o frango exposto na “televisão de cachorro” da padaria: trata-se do PL que autoriza a privatização dos serviços de água e esgoto, aprovado no Senado Federal, sob as falsas justificativas de que a privatização permitirá a chegada dos serviços de saneamento básico aos mais pobres nas periferias, morros, favelas, brenhas e grotões. Um verdadeiro descalabro que, ao invés disso, vai encarecer demasiadamente as contas de água.

Porém, há pontos incontroláveis nas investigações que envolvem Queiroz e Wassef. A depender das pressões – e das eventuais penas – ambos podem vir a fazer delações premiadas. As consequências disso são previsíveis. As reações do presidente, não.

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