Na última semana, entre os dias 20 e 22 de julho, tive a alegria de participar dos potentes debates e articulações que aconteceram durante o VI Encontro de Lideranças Políticas LGBTI das Américas e do Caribe. O evento acontece a cada dois anos e, desta vez, foi sediado na Cidade do México, reunindo cerca de 600 políticos, representantes de governos e da sociedade civil LGBT+ de mais de 40 países.

Segundo a ONG Vote LGBT, fomos 18 pessoas LGBT+ eleitas em 2022, somando mais de 3,5 milhões de votos. Somadas as parlamentares municipais eleitas em 2020, esse é um número recorde de parlamentares LGBTs eleitos no Brasil, no entanto, ainda representa menos de 1% de todos os cargos eletivos do país e seguimos com o desafio de ampliar essa bancada e a representatividade nas eleições municipais do próximo ano.

Sabemos o quanto é urgente avançar nos direitos da população LGBT+ e a delegação brasileira no México reafirmou a importância de ocupar os espaços da política para superar realidades de violência, de fome, de falta de moradia, de falta de emprego e uma série de direitos que são diariamente negados à população LGBT+ em nosso país.
Trouxemos para o debate a interseccionalidade da discussão de gênero, raça e classe. A luta LGBT+ não está descolada das lutas antirracista, da defesa ambiental, por terra, por teto, por direitos trabalhistas, entre outras pautas estruturais que nos atravessam enquanto povo brasileiro.

Para dar conta desses desafios e avançar nas políticas públicas em defesa dos direitos da população LGBT+, nós criamos a primeira Bancada LGBT+ brasileira. A iniciativa reúne 20 mandatos de diferentes regiões e a nível municipal, estadual e federal para somar forças em torno da pauta.

No encontro, foi criada a primeira Bancada LGBT+ brasileira. Foto: Guilherme Mohallem/Vote LGBT

A articulação da Bancada, em ações conjuntas, irá combater os ataques constantes aos direitos LGBT+ que acontece com projetos muito parecidos em diferentes casas legislativas do país, além de construir uma agenda com propostas de reconhecimento de direitos LGBT+ e dotação orçamentária para políticas públicas. Também atuaremos firmes para levantar informações sobre os casos de violência política LGBTfóbica, para identificar os problemas e ajudar a construir respostas concretas.

Outra boa notícia é que o Brasil será o país sede do VII Encontro de Lideranças que acontecerá em 2025. A Bancada LGBT+ Brasileira participa da construção da atividade, que deve acontecer em 2025, em São Paulo. Vai ser babado!

Seguimos firmes na luta por dignidade, respeito e direitos para nossa comunidade LGBT+. A mudança já começou!