O que têm em comum uma defensora de direitos humanos e ativista do movimento negro; uma travesti negra intersexo que vive com HIV; uma mãe professora do chão da escola pública; uma feminista negra pelo veganismo popular e uma trabalhadora de aplicativo? Nós, essas cinco mulheres, queremos levantar a bandeira do feminismo antirracista, coletivo e diverso nestas eleições. A seguir, apresentamos três motivos para ajudar a eleger a Bancada Feminista do PSOL para a Câmara Municipal de São Paulo. 

1. O feminismo antirracista derrotou Trump nos EUA e as mulheres do #EleNão vão derrotar o bolsonarismo no Brasil 

Assistimos à luta antirracista nos EUA, que ecoou para todo o mundo que vidas negras importam. Aqui no Brasil, temos uma tarefa histórica de derrubar Bolsonaro. Nós, cinco mulheres de todas as lutas, que há anos construímos movimentos sociais da educação, feministas, negros, territoriais, de juventude, LGBTQIA+, por justiça socioambiental, também fomos parte da organização do #EleNão em 2018 e das mobilizações por Justiça Por Mari Ferrer na última semana.

Nosso compromisso inadiável é fazer frente, em todos os espaços, a esse projeto de ódio expresso pelas instituições brasileiras, reforçado pela chegada de Bolsonaro ao poder. Nós acreditamos que só a luta muda a vida, portanto nosso mandato estará, acima de tudo, a serviço de organizá-la contra o projeto neoliberal e o neofascismo, que destroem as possibilidades de vida digna na cidade para uma imensa maioria. Mudar o sistema é urgente! 

2. Nossa coletividade afronta a política tradicional

Entendemos que o feminismo é uma costura, alinhavada no chão das lutas, que mistura diversas trajetórias e resistências num programa político que é maior do que a nossa simples soma. O significado de coletividade para a candidatura da Bancada Feminista do PSOL não é só uma forma: é o conteúdo de um projeto. Desde a fundação do Brasil, problemas sociais profundos são mediados pelos donos do poder, “figurões”, personagens individuais na representação política institucional. Nós entendemos a política como o oposto: a luta coletiva, o poder coletivo e horizontal de decidir nossos rumos. 

Seremos todas igualmente responsáveis pela elaboração de projetos de lei, intervenções, fiscalizações e resistências no parlamento. A vantagem é que, em cinco, teremos condições de ampliar muito o nosso alcance, já que cada uma de nós conduzirá as batalhas políticas que já nos dedicamos em nossas trajetórias. Estaremos organizadas para lutar por todas essas pautas e, ao mesmo tempo, acreditamos que o feminismo antirracista é transversal a todas elas!

3. Queremos São Paulo para a maioria, com emprego e renda, serviços públicos de qualidade e justiça ambiental

A defesa do SUS e de um outro modelo de segurança pública são bandeiras fundamentais pela vida da população negra. Temos um compromisso intransigente com o combate ao racismo estrutural que opera nos territórios. Por isso, propomos a valorização da educação pública, a aplicação da Lei 10.639 nas escolas municipais e o incentivo à produção de arte e cultura nas quebradas de todas as regiões da cidade. Achamos que uma existência digna para o nosso povo é ter direito a respirar, mas também a viver plenamente. 

Quem constrói a cidade todos os dias trabalhando, cuidando das crianças, dos idosos, dos doentes e das comunidades, se deslocando muitas horas e quilômetros por dia para ter o que comer e pagar aluguel, deve ter direitos plenos ao trabalho e à renda. Durante a pandemia, enquanto as desigualdades aumentaram, as mulheres negras, as lideranças periféricas, os trabalhadores da linha de frente lutaram pelas nossas vidas. Por isso, queremos aprovar a renda básica paulistana e lutar pela valorização dos trabalhadores e dos serviços públicos. Para isso, defendemos também o controle social do orçamento municipal e sua distribuição no território. 

 

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