As pesquisas mais recentes publicadas sobre as eleições para a prefeitura de São Paulo demonstram que a chapa de Guilherme Boulos e Luiza Erundina cresce com velocidade e tem chances reais de chegar ao segundo turno. Diferente dos outros candidatos que estão no páreo, a campanha do PSOL é um fenômeno político que está furando as barreiras das máquinas eleitorais da política tradicional, com o engajamento de milhares de pessoas de leste a oeste, de norte a sul da cidade.

Apesar de as mulheres serem mais da metade do eleitorado que afirma votar em Boulos, ainda é muito maior o desconhecimento sobre o candidato do público feminino do que do masculino em geral. Por isso, nós vamos agir para envolver as mulheres nesse projeto que levanta as bandeiras da igualdade de gênero e da justiça social. Elencamos três motivos por que as mulheres que você conhece devem votar em Boulos e Erundina e engrossar essa maré de esperança em São Paulo.

1. Boulos e Erundina têm um programa de defesa das mulheres

A crise de condições de sobrevivência e de garantia da vida para a maioria da população durante a pandemia de Covid-19 em São Paulo, a segunda cidade com mais mortes no mundo inteiro pela doença, deixou evidentes as situações pelas quais as mulheres passam. Elas foram a maioria dos profissionais da linha de frente dos serviços públicos, apesar de serem mal pagas e terem más condições de trabalho. Ao mesmo tempo, foram alvo dos índices mais altos de desemprego, do aumento do feminicídio e da violência no ambiente doméstico.

A chapa de Guilherme Boulos e Luiza Erundina é a única que publicamente se declara defensora dos direitos das mulheres e pretende recriar a Secretaria de Políticas de Igualdade de Gênero, a partir de um conselho popular de mulheres que delibere sobre projetos e orçamento de ações.

Há propostas específicas para mulheres em todos os âmbitos do programa político defendido pela candidatura do PSOL: emprego e renda, com a prioridade para mães solo do recebimento da renda solidária municipal; combate à violência com valorização dos equipamentos de atendimento às mulheres e aperfeiçoamento de sua integração para uma atenção humanizada e efetiva às vítimas;  qualificação do acompanhamento pré e pós-natal pelo SUS, com programas de incentivo ao aleitamento materno; incentivo a projetos culturais de autoria de mulheres negras e indígenas; qualificação do combate à violência sexual dentro do transporte público; e prioridade na titularidade feminina em programas habitacionais.

2. Covas e Russomano são inimigos das mulheres

Na gestão de Covas, os equipamentos de assistência às mulheres em situação de violência em São Paulo seguiram o ritmo de sucateamento e precarização, dando sequência à gestão Doria. Não bastasse a péssima atuação da prefeitura tucana no que diz respeito aos direitos das mulheres, o vice de Covas, Ricardo Nunes, é um conservador religioso, que atuou contra as diretrizes de educação sexual e para igualdade de gênero nas escolas durante a aprovação do Plano Municipal de Educação, foi denunciado em registro feito pela própria esposa em 2011 por ameaça e violência e, ainda por cima, está envolvido até o último fio de cabelo com a máfia das creches, esquema denunciado por reportagens recentes do jornal Folha de São Paulo (https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/10/grupo-de-vice-de-covas-usa-verba-da-prefeitura-em-lojinhas-suspeitas-na-mafia-das-creches.shtml).

Enquanto isso, Russomano tem sua fama conhecida: já foi acusado de agredir uma funcionária do Incor, humilhou operadoras de caixa de supermercado negras em programas sensacionalistas, já assediou publicamente mulheres no carnaval e está fechado com o projeto político conservador da Igreja Universal, que controla o Republicanos, seu atual partido. Além disso, foi a favor da MP 665 que dificultou o acesso ao seguro-desemprego, e votou, como deputado, a favor da reforma trabalhista e da previdência, que prejudicam imensamente as mulheres.

3. Boulos e Erundina representam a luta contra Bolsonaro

Guilherme Boulos, como liderança do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto e da Frente Povo Sem Medo, e Erundina, como parlamentar do PSOL no Congresso Nacional, foram figuras muito decisivas na luta por direitos sociais em junho de 2013, na luta contra as remoções forçadas na Copa do Mundo de 2014, contra o golpe de 2016, contra os pacotes de maldades introduzidos no governo Temer, como a reforma trabalhista e a emenda constitucional do teto de gastos, e contra a eleição de Bolsonaro, postando-se como a mais consequente e aguerrida oposição ao seu governo de ódio e desprezo absoluto pela vida.

Boulos e Erundina emprestam suas vozes e corpos às lutas sociais há muitos anos, sendo veementemente contra qualquer entrega de direitos do povo trabalhador, negro, feminino, LGBTQIA+ e periférico em troca de qualquer posição de poder. Pelo contrário, sempre fortaleceram as batalhas políticas pela vida e melhores condições de existência. Por isso, se pudéssemos resumir todas essas razões em uma frase, diríamos: Boulos e Erundina representam os sonhos e a força política que as mulheres demonstraram no Ele Não.

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