O apagão que acomete o desgoverno Bolsonaro, pós-derrota, recai com maior peso sobre aquela parcela da população que mais precisa de políticas públicas para seguir tocando sua vida. Um exemplo é a não garantia dos recursos necessários para o pagamento do Bolsa Família no ano que vem. Maldade que tira comida da mesa das famílias e da boca de milhões de crianças, exigindo que o governo eleito do presidente Lula trabalhe pela aprovação da chamada PEC da Transição para assegurar os R$ 600 por família mais R$ 150 por crianças de até 6 anos pertencentes a famílias beneficiadas pelo programa.

Outra violência praticada por esse governo, que tantos crimes contra a humanidade já cometeu, são os bloqueios de verbas para as universidades e os institutos federais. O último da ordem de R$ 431 milhões. Cortes que impossibilitam a continuidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão em todas as instituições federais.

E o que essas e outras maldades têm em comum? A cor dos seus alvos. São mulheres e homens pretos. Idosos, adultos, jovens e crianças em sua imensa maioria de famílias pretas que são atingidos em detrimento da garantia de recursos para acionistas estrangeiros da Petrobras ou para a farra da distribuição dos recursos públicos através do orçamento secreto, sancionado por Bolsonaro e utilizado por ele para comprar apoio no Congresso Nacional.

No caso das universidades, estudantes cotistas que precisam de políticas de permanência são os primeiros a serem atingidos. A perda de bolsas, por mais baixos que sejam esses valores – e são –, retira a possibilidade de continuidade nos estudos para milhares de jovens Brasil afora. Jovens pretos e que apresentam rendimento escolar extraordinário.

O desafio do governo Lula será o de recompor os orçamentos das universidades e dos institutos federais. Garantir o pleno funcionamento dessas instituições é apostar no desenvolvimento do país. Gerar e espalhar conhecimento é base para qualquer processo de avanço social. E é isso que vamos defender junto ao Governo Federal a partir de janeiro. E essa aposta, claro, inclui políticas estruturadas de permanência estudantil para todos os alunos que delas precisem, em especial, os alunos cotistas.

Andreia de Jesus é deputada estadual PT e presidenta da Comissão de Direitos Humanos da ALMG.

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