“Alguém, creio, um dia se lembrará de nós no futuro”

Safo de Lesbos- 640 antes de Cristo

29 de Agosto é o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, a data surgiu em 29/08/1996 quando ativistas lésbicas se reuniram no Rio de Janeiro, para debaterem pautas relacionadas às vivências lésbicas e trouxeram as demandas de todo território nacional, como: trabalho, segurança, educação e outros temas. 

Quantas sapatonas vocês conhecem? Quantas vocês viram na televisão? Quantas estão trabalhando na sua empresa? Quantas famílias compostas por duas sapatonas fazem parte do seu círculo de amizade? Qual foi a última vez que vocês leram alguma sapatona? Quantas sapatonas na política vocês conhecem?

Nós sapatonas existimos, estamos vivendo por ai como vocês. Somos corpos políticos de resistência. Mas a sociedade construída com base em normas sociais heteronormativas, o tempo todo tenta nos esconder ou aniquilar a nossa existência. Ser visível é ser visto! O que não é visto não é considerado humano e acaba não sendo digno de direitos como os outros grupos sociais.

O desemprego, a desigualdade salarial e a falta de direitos trabalhistas nos afetam bruscamente. Só neste primeiro semestre de 2021, a taxa de desemprego de mulheres já estava em 17,9%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em 2012. Muitas de nós estamos inseridas em circuitos informais de trabalho, e em cargos que foram ainda mais atacados pela última reforma trabalhista do governo federal.

A nossa visibilidade é constantemente negociada quando assumem a heterossexulidade em todos espaços. Esse apagamento faz com que nossas especificidades sejam apagadas, que passemos desde falta de respeito a violências médicas, agressões físicas, assédio moral, abuso e morte. Se não conseguem nos ver, nos conhecer, acabamos sendo cada vez mais vítimas de todo conservadorismo lesbofóbico. 

A visibilidade lésbica é um direito humano! Por cada vez mais sapatonas visíveis. Seguimos na luta. Até a próxima.

Conheça outros colunistas e suas opiniões!

FODA

Qual a relação entre a expressão de gênero e a violência no Carnaval?

Márcio Santilli

Guerras e polarização política bloqueiam avanços na conferência do clima

Colunista NINJA

Vitória de Milei: é preciso compor uma nova canção

Márcio Santilli

Ponto de não retorno

Márcio Santilli

‘Caminho do meio’ para a demarcação de Terras Indígenas

NINJA

24 de Março na Argentina: Tristeza não tem fim

Renata Souza

Um março de lutas pelo clima e pela vida do povo negro

Marielle Ramires

Ecoturismo de Novo Airão ensina soluções possíveis para a economia da floresta em pé

Articulação Nacional de Agroecologia

Organizações de mulheres estimulam diversificação de cultivos

Dríade Aguiar

Não existe 'Duna B'

Movimento Sem Terra

O Caso Marielle e a contaminação das instituições do RJ

Andréia de Jesus

Feministas e Antirracistas: a voz da mulher negra periférica

André Menezes

Pega a visão: Um papo com Edi Rock, dos Racionais MC’s

FODA

A potência da Cannabis Medicinal no Sertão do Vale do São Francisco

Movimento Sem Terra

É problema de governo, camarada