Imagem: Divulgação

Na última semana o Instituto Afrolatinas colocou no ar uma campanha de financiamento coletivo para a criação da Casa Afrolatinas – mais um sonho gestado a partir do maior festival de mulheres negras da América Latina, o Festival Latinidades.

Há 13 anos funcionando como plataforma de formação, cultura, inovação, impacto social, encontro, encanto e resistência, agora queremos dar mais um passo e construir a Casa Afrolatinas. Como diria Sueide Kintê: “trocamos de pele pra passar de fase”. Queremos abrir a nossa casa de afetos o ano todo!

Inspiradas nos antigos modelos de lanhouse e nos novos desafios em tempos de digitalização, a Casa Afrolatinas se propõe a oferecer suporte para mulheres negras, jovens, população LGBTQIAP+ e perifériques. A casa tem o objetivo de dar suporte para as trajetórias, negócios e potencialidades da nossa comunidade. Internet, estrutura e tudo aquilo que pode ser considerado básico para alguns, ainda não é realidade para o nosso povo, mas, se depender de nós, será.

Nosso sonho vai tomar forma no Varjão, comunidade periférica do Distrito Federal com a população de 80% de pessoas negras e que escancara a dualidade existente entre a proximidade física do Plano Piloto e a distância no acesso às oportunidades. Existe vida (e muita!) pra além do cartão postal da Esplanada dos Ministérios. Aqui no Varjão o racismo ambiental nos lembra o tempo todo que a cidade planejada foi construída para excluir e não para incluir. Ao mesmo tempo as tecnologias ancestrais e o legado de mulheres negras que vieram antes de nós nos coloca, mais uma vez, em posição de criar nossos próprios espaços e oportunidades: para nós e para nossa comunidade. É nós por nós!

Quem somos?

O Instituto Afrolatinas é organização de mulheres negras sediada no Varjão, Distrito Federal. Mulheres entre 23 e 45 anos de idade, cujas trajetórias se somam à missão da entidade. Desenvolvemos ações transversais a partir do lugar das artes, da cultura e da educomunicação. Somos plataforma de formação, aceleração, inovação, tecnologia e impacto social e nos valemos de metodologias disruptivas para atuar nos temas do empreendedorismo; geração de renda; produção, gestão cultural, políticas públicas e empoderamento, especialmente, de mulheres e meninas negras.

Atuamos para articular e fortalecer diferentes saberes: nas artes, na academia, na rua, em casa, na escola, no chão de fábrica, na comunicação, nos movimentos sociais, nos legados ancestrais… na diversidade infinita das nossas potências e possibilidades de produção de conhecimento. Acreditamos no papel cidadão, político, econômico, inclusivo e inventivo das artes e da cultura, diante das transformações que o mundo necessita. Assim nos movemos.

Durante a pandemia temos nos concentrado em desenvolver projetos para gerar renda e oportunidades para empreendedoras criativas e intelectuais negras.

É possível apoiar a criação da Casa Afrolatinas doando e ou compartilhando a campanha. www.benfeitoria.com/casaafrolatinas. Cada real vale muito!

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