Fotos: Reprodução

O cearense Baez, um famoso dj, sacudia em meio a sorrisos uma toalha de praia vermelha de estampa bem conhecida. O sol nascia no Ceará naquela hora, mas era ao mesmo tempo a despedida do show em que ele se apresentava. No tecido da toalha o rosto do bom velhinho presidenciável Luís Inácio Lula da Silva. O público dele foi à loucura.

Igual em João Pessoa (PB), quando Luísa Sonza se enrolou no mesmo tipo de toalha durante uma apresentação. Ninguém esperava que a musa do nosso pop lacrasse repentinamente com a cara do presidenciável. O público dela foi à loucura.

Pabllo Vittar fez o mesmo no Lollapalooza. Gloria Groove provocou igual. E Ludmilla, quando tuitou um meme dançando “Vai dar PT” com a logo “O Brasil Feliz De Novo”. Tudo improvisado e de impacto gigantesco na corrida pré-eleitoral.

Como num passe de mágica, a campanha de Lula virou algo incontrolável no país.

Como se sabe dentro dos comitês eleitorais, campanha boa é campanha descentralizada. Ou seja, quando as manifestações de apoio surgem de forma espontânea, sem controle partidário ou de organizações oficiais do candidato. Pipocam na velocidade da luz e viralizam no mundo físico. É, por exemplo, o que levou Bolsonaro ao poder em 2018.

E, cara, foi um inferno.

Você se deparava com Bolsonaro em diversos espaços, até nos que você jamais poderia imaginar. Desde de canecas no Mercado Livre com a cara do sujeito, até as famosas camisas de arminha com as mãos sendo vendidas em bancas de jornal. Bolsonaro tinha virado uma marca, um símbolo, uma ideia de mudança. Risos.

Há profissionais que pecam tentando controlar essas manifestações, evitando que as pessoas usem fotos não-oficiais ou divulguem vídeos com imagens mais amadoras do candidato. Balela e um baita equívoco. Campanha boa é campanha “solta”, com estudante levantando toalha de estampa questionável durante transmissão de TV ou artista postando meme feito no paintbrush.

Se Lula tem um caminho a percorrer para chegar novamente à presidência ele cruza com a difícil avenida da batalha da Comunicação. E isso a gente sabe que está sendo enfrentado.

Ao mesmo tempo, de forma empírica é perceptível que existe, sim, uma onda em movimento para afogar o bolsonarismo nas latrinas da História. Uma onda a favor de Lula, em que o símbolo, a marca e o ideal é seu retorno. Isso ajudará muito para que mais toalhas se ergam espontaneamente pela frente. Que assim seja, viu?

Conheça outros colunistas e suas opiniões!

FODA

Qual a relação entre a expressão de gênero e a violência no Carnaval?

Márcio Santilli

Guerras e polarização política bloqueiam avanços na conferência do clima

Colunista NINJA

Vitória de Milei: é preciso compor uma nova canção

Márcio Santilli

Ponto de não retorno

Márcio Santilli

‘Caminho do meio’ para a demarcação de Terras Indígenas

NINJA

24 de Março na Argentina: Tristeza não tem fim

Renata Souza

Um março de lutas pelo clima e pela vida do povo negro

Marielle Ramires

Ecoturismo de Novo Airão ensina soluções possíveis para a economia da floresta em pé

Articulação Nacional de Agroecologia

Organizações de mulheres estimulam diversificação de cultivos

Dríade Aguiar

Não existe 'Duna B'

Movimento Sem Terra

O Caso Marielle e a contaminação das instituições do RJ

Andréia de Jesus

Feministas e Antirracistas: a voz da mulher negra periférica

André Menezes

Pega a visão: Um papo com Edi Rock, dos Racionais MC’s

FODA

A potência da Cannabis Medicinal no Sertão do Vale do São Francisco

Movimento Sem Terra

É problema de governo, camarada