Qualquer pessoa de esquerda que esteja minimamente antenada no que acontece no Brasil desde 2018 sabe que a principal tarefa este ano é derrotar o neofascista Jair Bolsonaro.

Foram muitos retrocessos e ataques aos setores mais explorados e oprimidos da nossa sociedade desde que Bolsonaro assumiu a Presidência da República. E, daqui até o dia da eleição, tem muita água para rolar.

O PSOL acabou de aprovar em sua Conferência Eleitoral o apoio à pré-candidatura de Lula desde o primeiro turno. Aprovou também três resoluções fundamentais para contribuir de maneira coerente com esta campanha: a continuidade da crítica à indicação de Geraldo Alckmin como vice na chapa; o reconhecimento de que, com Alckmin, Lula não assinará um programa capaz de responder às necessidades da classe trabalhadora para a superação das crises; e, por último, uma resolução de que o PSOL não negociará cargos num eventual governo Lula.

Se você, assim como nós, acredita que apenas o Lula tem condições hoje de vencer Bolsonaro nas urnas, poderá seguir os 10 passos para contribuir com a campanha e com as transformações que o Brasil precisa. Dá uma olhada:

1. Considere que a disputa eleitoral já começou. Nada de repetirmos o erro de nos movimentar apenas na hora do desespero, na véspera da eleição, tentando virar votos. As pesquisas mostram que a vitória eleitoral de Lula não está nada garantida.

2. Para a candidatura Lula vencer será preciso convencer muita gente de que Bolsonaro é responsável pela situação catastrófica que o país vive. Portanto, respire fundo, tenha paciência e busque dialogar com os motivos de fundo que as pessoas têm para apoiar Bolsonaro. Busque convencê-las de que, mesmo por razões corretas, elas estão erradas em acreditar que Bolsonaro pode tomar medidas favoráveis ao povo trabalhador. Lembre-se: não são todos os seus apoiadores que são fascistas. Converse com o máximo de pessoas que conseguir, no local de trabalho, no transporte público, nas universidades, escolas e bairros.

3. Organize-se. As ações coletivas são muito mais eficientes que as individuais. Muitos espaços para debater e organizar a campanha serão criados. Desta forma você poderá acompanhar de perto o andamento da campanha e como contribuir com ela. Se quiser se filiar ao PSOL, fale conosco!

4. A sua opinião seguirá sendo muito importante. Debata com as pessoas que apoiam Lula o porquê não podemos ter Geraldo Alckmin de vice e nem podemos fazer alianças com setores da direita. A indicação de Alckmin na chapa é um péssimo sinal do que poderá ser o programa político da campanha. A tentativa de reedição de um programa de conciliação de classes, somada à herança violenta e neoliberal dos governos Alckmin em São Paulo, apontam para uma perspectiva onde não conseguiremos enfrentar os problemas mais profundos da classe trabalhadora brasileira. Nós escrevemos um texto sobre isso que pode te ajudar (https://midianinja.org/bancadafeministapsol/e-possivel-construir-a-vitoria-de-lula-sem-alckmin-de-vice/). Quanto mais gente pressionando por dentro pelas transformações estruturais necessárias no nosso país, maior será a força de Lula para defendê-las na campanha e num eventual governo.

5. Não abandone as ruas. Diante da crise social brutal no país, muitas mobilizações irão acontecer até a eleição. Lembre-se que é na rua que se travam as disputas da luta de classes. Apoie, divulgue, participe, contribua como puder de todas as mobilizações organizadas pelos setores de esquerda. Quem gosta de silêncio em ano eleitoral são as elites.

6. Converse mesmo com quem não gosta do Lula. O ex-presidente não é uma unanimidade, nós sabemos. O importante aqui é convencer as pessoas de que ele é o único capaz de derrotar Bolsonaro nas urnas e que, ao lado de Lula estará a maior parte dos movimentos sociais e dos movimento de combate às opressões.

7. Dialogue com familiares. Nós sabemos que esta é, em alguns casos, uma tarefa muito difícil. Mas muita coisa aconteceu de 2018 para cá, inclusive uma pandemia que matou mais de 660 mil pessoas por conta de uma política genocida de Bolsonaro. Temos certeza que muitas pessoas se preocuparam com familiares, apesar das divergências políticas. Aproveite este momento para fazer mais uma tentativa de convencê-los a não votar em Bolsonaro.

8. Use bem as redes sociais. Muita mentira e muita cortina de fumaça passa pelas nossas redes sociais. Se esforce para qualificar os debates e focar nos temas mais centrais da conjuntura. Não aja com impaciência ou arrogância, desqualificando as pessoas com quem você está se comunicando. Motivos para derrotar Bolsonaro não faltam. Use sem moderação.

9. Tudo indica que a temperatura irá se elevar na campanha. Bolsonaro tem uma parcela de apoiadores realmente fascistas, intolerantes e violentos. Não caia em provocação, e, quando acreditar que não existe espaço para qualquer conversa, se preserve. Atenção especial para negras e negros, LGBTQIA+, mulheres e indígenas.

10. Se envolva em pré-campanhas para as Assembleias Legislativas e para a Câmara Federal. É muito importante elegermos bancadas combativas que sejam aliadas dos movimentos de mulheres, negras e negros, LGBTQIA+ e da classe trabalhadora de uma forma geral. A Bancada Feminista do PSOL irá disputar uma eleição com uma candidatura coletiva de mulheres negras para a Assembleia Legislativa de São Paulo, na tentativa de expandir o movimento que fazemos na Câmara Municipal da capital. Contamos com seu envolvimento ativo desde já! Nos procure nas redes sociais e conheça nosso site: https://spfeminista.com 😉

Bancada Feminista do PSOL – mandato coletivo na Câmara Municipal de São Paulo composto pelas covereadoras Silvia Ferraro, Paula Nunes, Carolina Iara, Dafne Sena e Natália Chaves e pré-candidatura coletiva para a Assembleia Legislativa de São Paulo.

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