O caso do apresentador Bruno Aiub, conhecido como Monark, que defendeu a ideia de que o Brasil deveria ter partidos nazistas legalizados, nos faz refletir sobre a trajetória recente de ideias totalitárias que têm crescido no Brasil e a relação dessa movimentação com a presidência de Jair Bolsonaro.

O Brasil conta com pelo menos 530 núcleos neonazistas segundo levantamento dos Ministérios Públicos estaduais e polícias civis. Mas, muito além de grupos abertamente organizados entorno dessa ideologia repugnante, parte das ideias basilares do nazismo se espalham de maneira difusa pelo nosso cotidiano.

Você já conheceu pessoas que defendessem ideias racistas, nacionalistas, totalitárias e anticomunistas? Pois é. Estas são algumas das ideias-chave que sustentaram o nazismo na Alemanha e seguem espalhadas em grupos de extrema-direita pelo mundo.

No Brasil, estamos sob um governo comandado por um neofascista. Bolsonaro diz, dia sim e dia não, palavras contra negros e indígenas, repete seu slogan nacionalista “o Brasil acima de tudo”, age de maneira totalitária contra parcela da população e se dedica a combater as ideias comunistas – que dentro da sua tática retórica estão em toda parte.

O então secretário da Cultura, Roberto Alvim, fez um vídeo com referência a Joseph Goebbels, ministro da Propaganda na Alemanha nazista, em janeiro de 2020. Durante uma sessão no Congresso, em março de 2021, o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República Filipe Martins fez um gesto supremacista branco.

Cada uma dessas atitudes, palavras e decisões governamentais acabam por legitimar a organização dessa ideologia responsável pelo assassinato de milhões e milhões de pessoas. E sua existência passa a ser naturalizada e popularizada na nossa sociedade.

Complementa-se a esse quadro preocupante a liberação da posse de armas de fogo no Brasil. E esse é um dos principais objetivos de Bolsonaro: alimentar grupos civis armados, defensores de ideias racistas, nacionalistas, totalitárias e anticomunistas.

O combate cotidiano a este tipo de ideologia é fundamental para que nossa sociedade coloque o nazismo e o fascismo de volta para o seu lugar: a lata de lixo da história.

Não podemos ter dúvidas de que essas ideias matam mulheres, negras e negros, LGBTQIA+, imigrantes, todos os dias no nosso país. E é por isso que devemos seguir lutando para matá-las o quanto antes.

Bancada Feminista do PSOL – mandata coletiva na Câmara Municipal de São Paulo composta pelas covereadoras Silvia Ferraro, Paula Nunes, Carolina Iara e Dafne Sena.

Conheça outros colunistas e suas opiniões!

Colunista NINJA

Memória, verdade e justiça

FODA

Qual a relação entre a expressão de gênero e a violência no Carnaval?

Márcio Santilli

Guerras e polarização política bloqueiam avanços na conferência do clima

Colunista NINJA

Vitória de Milei: é preciso compor uma nova canção

Márcio Santilli

Ponto de não retorno

Renata Souza

Abril Verde: mês dedicado a luta contra o racismo religioso

Jorgetânia Ferreira

Carta a Mani – sobre Davi, amor e patriarcado

Moara Saboia

Na defesa das estatais: A Luta pela Soberania Popular em Minas Gerais

Dríade Aguiar

'Rivais' mostra que tênis a três é bom

Andréia de Jesus

PEC das drogas aprofunda racismo e violência contra juventude negra

André Menezes

“O que me move são as utopias”, diz a multiartista Elisa Lucinda

Ivana Bentes

O gosto do vivo e as vidas marrons no filme “A paixão segundo G.H.”

Márcio Santilli

Agência nacional de resolução fundiária

Márcio Santilli

Mineradora estrangeira força a barra com o povo indígena Mura

Jade Beatriz

Combater o Cyberbullyng: esforços coletivos