Foto: Divulgação

Por Paulo Henrique Soares

A história dos esportes olímpicos brasileiros começou com a criação, em 08 de junho de 1914, do Comitê Olímpico do Brasil, chamado de Comitê Olímpico Nacional (CON). Entretanto, foi somente há exatamente 101 anos, no ano de 1920, na sétima edição dos Jogos Olímpicos modernos, que o Brasil teve representação de atletas.

A delegação brasileira foi formada por 24 integrantes com maioria absoluta formada por atletas da natação, do polo aquático, dos saltos ornamentais, do remo e do tiro.

Segundo o livro Atletas Olímpicos Brasileiros, a equipe brasileira chegava a Antuérpia, cidade sede da edição dos jogos, de navio e uma semana após o início das disputas do tiro.

Para não perderem a competição, os atletas desembarcaram em Lisboa e seguiram de trem. Seguindo por terra, a delegação acabou sendo furtada e teve seus equipamentos e munições levados, chegando ao local da disputa sem alvos e com munição insuficiente.

Os primeiros heróis olímpicos

Afrânio Antônio da Costa. Talvez esse nome possa não soar tão familiar a você quando se trata de Olimpíadas. Mas ele foi o primeiro medalhista brasileiro em uma edição olímpica.

Ele era o chefe da equipe olímpica de tiro que trouxe as 3 primeiras medalhas para o solo brasileiro. Nascido em Macaé (RJ), foi campeão brasileiro por 17 vezes e acumulou nada mais nada menos que um total de 154 títulos como atirador.

Foto: Arquivo COB

A primeira medalha dourada também veio do tiro, na mesma edição dos jogos. Guilherme Paraense foi o brasileiro responsável pelo feito histórico e cravou seu nome para sempre na história olímpica brasileira.

Foto: Arquivo COB

Guilherme participou da disputa da pistola de tiro rápido 25m-60 tiros e venceu por apenas 2 pontos o norte-americano Raymond Bracken. O feito foi tão impressionante que somente 32 anos depois o Brasil conseguiu ter novamente um campeão olímpico, com Adhemar Ferreira da Silva no salto triplo.

Medalhas e mais medalhas

Na última edição dos Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro em 2016, o Brasil teve sua melhor participação nesses 100 anos de participação olímpica. Foram 19 medalhas, sendo 7 de ouro, 6 de prata e 6 de bronze. Só nesta edição, o Time Brasil conquistou mais ouros do que em Londres 2012 e Pequim 2008.

Em solo brasileiro em 2016, a primeira medalha de ouro veio do judô e com uma mulher. Rafaela Silva, carioca, nascida em favela, começou a lutar em um projeto social. Um roteiro e tanto para se tornar uma heroína olímpica.

Foto: Danilo Verpa / NOPP

No total de todas as edições em que houve participação brasileira nos Jogos, os atletas subiram ao pódio 129 vezes, com 30 medalhas douradas.

Projeção para Tóquio

O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) não tem uma meta para a participação olímpica em Tóquio. Entretanto, embora não se fala oficialmente sobre tal meta, a expectativa interna é que seja ultrapassado o número de 19 medalhas conquistadas na Rio 2016.

Engana-se quem pensa que o aumento do número de medalhas reflete um maior incentivo ao esporte olímpico no Brasil. Essa projeção de mais medalhas se deve à inclusão de esportes em que o país tem considerada hegemonia.

Surfe, skate e karatê. Desse trio espera-se pelo menos cinco pódios na capital japonesa. Nomes consagrados como o dos surfistas Gabriel Medina e Ítalo Ferreira. Os dois prometem travar uma disputa emocionante pelo ouro olímpico.

Foto: ISA / Sean Evans

No skate, Letícia Bufoni e Rayssa Leal são esperança de medalha para o time brasileiro. Rayssa, a Fadinha como é carinhosamente chamada, tem apenas 13 anos e é considerada favorita ao ouro olímpico. É também a mais jovem atleta a representar as cores da bandeira nacional em uma edição dos Jogos Olímpicos.

No karatê, espera-se que a delegação de 8 atletas, sendo 4 homens e 4 mulheres, suba ao pódio pelo menos 2 vezes. Meta audaciosa, mas perfeitamente possível na modalidade.

 

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