Sempre escuto pessoas cobrarem a diversidade das empresas, mas vejo muita gente sem um pingo de paciência com os colegas de trabalho. Sabe aquela pessoa com a qual você não gosta de trabalhar? Você já se perguntou se ela tem TDAH?

Esperamos que a diversidade seja algo mapeado, divulgado e compreendido por todos… Lamento, meus amigos, mas não é assim!

De acordo com o site https://tdah.org.br, TDAH significa Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade. É um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade.

A Carol Dantas

Escrevo este post com lágrimas e uma dor tão grande… Continuem a leitura e acredito que vocês vão me entender.

Porque sempre fui muito impaciente, desatenta e elétrica.

Quando eu era mais nova, não era um problema muito grande, mas eu cresci e este comportamento passou a ser problemático.

No jantar para os palestrantes do PGConf de 2019, eu estava conversando com a Carol Dantas sobre as nossas dificuldades diárias, e ela lançou a afirmação que eu não esperava “Você não é impaciente, você parece ser TDAH!”

Na hora fiquei meio chocada, mas fui pesquisar sobre o assunto, perturbei a Carol com perguntas… Até que ela me deu o telefone do psiquiatra dela.

Começou aí o segundo problema, porque eu nunca achei que precisasse de um psiquiatra, e resisti muito para marcar a consulta.

Mas eu marquei, e sem sombra de dúvidas o acompanhamento vem fazendo muita diferença na minha vida.

Entender o que é o TDAH me ajudou também a observar mais os meus colegas de trabalho, e acolher mais do que julgar.

A Carol era a pessoa direta, que comparava tecnologias sem ser ofensiva, era fera no Python, participava e ajudava diversas comunidades, filha única que levava a mãe nos eventos, palestrava maravilhosamente bem… e faleceu no dia 13 de junho.

O choro é coletivo, porque ela impactou a vida de muita gente.

A lição aprendida

Uma das lutas da Carol era a diversidade. Ela como mulher, negra e TDAH abraçou esta causa e ensinou muita gente.

Pela Carol, a luta continua. As empresas precisam se preparar para que as pessoas possam trabalhar e evoluir em um ambiente seguro.

Não adianta contratar várias pessoas diversas e não dar a elas oportunidade e/ou o time não ter empatia para lidar com as particularidades de cada um.

Pessoas fazem toda a diferença nas organizações, e precisam ser valorizadas, porque diversidade é uma estratégia de lucro! As empresas diversas criam serviços melhores, porque contam com muitos pontos de vista diferentes, e conseguem ter o melhor de cada pessoa.

Observem seus colegas de trabalho, sejam gentis, tenham empatia. Nem tudo que é fácil ou até trivial para você será para os outros, e alguns comentários podem trazer dores muito grandes. Insinuações, meias palavras, indiretas… São terríveis para pessoas com TDAH!

Carol, minha amiga… Seguirei o tratamento certinho! Obrigado por me ajudar a ser uma pessoa melhor!

A comunidade de TI aprendeu muito com você, e somos muito gratos por isso! Siga em paz e na luz!

imagem: arquivo pessoal

Imagem: arquivo pessoal

Conheça outros colunistas e suas opiniões!

Colunista NINJA

Memória, verdade e justiça

FODA

Qual a relação entre a expressão de gênero e a violência no Carnaval?

Márcio Santilli

Guerras e polarização política bloqueiam avanços na conferência do clima

Colunista NINJA

Vitória de Milei: é preciso compor uma nova canção

Márcio Santilli

Ponto de não retorno

Dríade Aguiar

'Rivais' mostra que tênis a três é bom

Andréia de Jesus

PEC das drogas aprofunda racismo e violência contra juventude negra

Márcio Santilli

Através do Equador

XEPA

Cozinhar ou não cozinhar: eis a questão?!

Mônica Francisco

O Caso Marielle Franco caminha para revelar à sociedade a face do Estado Miliciano

André Menezes

“O que me move são as utopias”, diz a multiartista Elisa Lucinda

Ivana Bentes

O gosto do vivo e as vidas marrons no filme “A paixão segundo G.H.”

Márcio Santilli

Agência nacional de resolução fundiária

Márcio Santilli

Mineradora estrangeira força a barra com o povo indígena Mura

Jade Beatriz

Combater o Cyberbullyng: esforços coletivos