O estudo e o cumprimento de ações a favor de mulheres em tecnologia deve ser visto, cada vez mais, sob um prisma trans e multidisciplinar. O impacto de algumas disciplinas das Ciências Sociais (como História, Psicologia, Sociologia, Antropologia, Comunicação, Linguística etc) nas Ciências Exatas (sobretudo da Computação) provocou mais do que novas perguntas e respostas em temas como inclusão, empoderamento e diversidade feminina em TI.

Em um processo simbiótico e vertiginoso nos últimos 30 anos, marcado pelo lançamento da Web, o advento de novos dispositivos de interação e conhecimento como móveis e wearable, programas computacionais antes considerados complexos e restritos a ambientes universitários e corporativos de elite, tornaram-se populares ao alcance massificado de uso doméstico. Se hoje estamos ocupando um espaço virtual em uma plataforma da Mídia NINJA para falar sobre a tecnologia como um meio de realização profissional e pessoal femininos, é necessário compreender que muito da literacia informacional desenvolvida por e para este público deu-se, ainda, pela intercessão de domínios como o Design de Interação, a Ciência da Computação, a Psicologia e a Comunicação, por exemplo.

Acompanhamos hoje um fenômeno crescente e constante por mulheres em migração de carreira para a tecnologia, seja para ciência de dados, games, ou pelo direito de autonomia para programar. Muitas destas desbravadoras obtiveram uma formação em Ciências díspares das Exatas, mas encontraram em comunidades femininas tecnológicas e ainda pela oferta de cursos e formação pela Web, caminhos próprios para obter realização e sucesso em TI. Aquelas que tiveram uma formação essencialmente em Ciências Exatas, como Engenheiras, percebem a necessidade de complementar a formação indo ao encontro das Humanas e outras áreas, para a maior assertividade e efetividade em atividades como testes de software, desenvolvimento de produtos, estudos comportamentais e de interação humano-tecnológica.

Decidi na coluna deste mês apresentar dois modelos (role models) femininos bem sucedidos brasileiros que exemplificam esta breve introdução. Certamente, em próximas colunas, voltarei a debater aspectos desta simbiose entre disciplinas as quais orbitam dentro e em torno da tecnologia. Por agora, quero trazer como inspiração duas mulheres cuja trajetória profissional e acadêmica eu tenho acompanhado de perto. Uma designer com formação em programação, que desenvolve projetos próprios e nas empresas as quais trabalhou, Karina Tronkos, premiada quatro vezes pela Apple. Uma engenheira da computação a qual se especializou em design e se tornou referência como empreendedora no Brasil, agora em Portugal (minha companheira de doutorado, inclusive), em teste de software e no desenvolvimento de tecnologias para pessoas com deficiência, voltadas sobretudo à inclusão no mercado de trabalho, Virgínia Chalegre. Entrevistei ambas para tentar compreender motivações que as fizeram escolher estes caminhos, assim como mapear quais foram as escolhas e ações investidas as quais contribuíram para se tornarem referências, para além do gênero, no mercado profissional de tecnologia.

Karina Tronkos

Karina Tronkos tem 23 anos, é estudante de Ciência da Computação e vencedora do Scholarship da Apple nos últimos 4 anos. Trabalha como UX Designer no Hurb e já trabalhou em empresas como Globosat e Globo.com. Entusiasta e apaixonada por design e tecnologia, criou o @nina_talks para compartilhar essa jornada e tudo que a empolga e inspira nesse universo.

Foto: Arquivo / Karina Tronkos

Considera seu trabalho como designer um trabalho feminista? É possível desenvolver interfaces e plataformas com características de inclusão feminina, ou o design para você é universal?

Acredito que a forma que designers feministas e a geração mais jovem fala e vê o mundo influencia na forma que nós projetamos. São inúmeros os produtos que são desenvolvidos sem foco nenhum em diversidade porque no desenvolvimento não havia pessoas para trazer esse olhar. Um olhar questionador, um olhar que busca abraçar o máximo de pessoas possível, que busca entender de verdade o seu público. Para mim o design deve ser sim universal, mas isso só será possível se tivermos pessoas com experiências de vida diversas trabalhando juntas.

No clássico de 1988, O Design do Dia-a-dia, Donald Norman afirma que “o design preocupa-se com a forma como as coisas funcionam, como são controladas e com a natureza da interação entre as pessoas e a tecnologia”. Na medida em que uma infinidade de novas tecnologias e plataformas foram criadas, sobretudo nos últimos dez anos, associadas a aplicações de inteligência artificial, poderia dizer que a importância do design se tornou maior, ou menor em função da opressão dos algoritmos?

Eu enxergo o design como sendo cada vez mais importante, principalmente no sentido de humanizar tecnologia. Estamos cada vez indo mais para um caminho de algoritmos mais profundos e complexos e isso precisa ser muito transparente e honesto com as pessoas que vão interagir ou vão ser impactadas por eles.

Para mim o ponto principal do design é que são pessoas projetando para pessoas e que a tecnologia deve ser meio e não fim. O design centrado no humano/usuário busca colocar as pessoas no centro das decisões de produto e através desse pensamento a gente consegue repensar produtos, processos, serviços de uma forma muito incrível.

Cada vez mais os algoritmos influenciam interações e a maneira como consumimos informações, marcas, produtos indo ao encontro de nossos dados disseminados por mídias sociais e web. Como é hoje conceber e projetar o desenvolvimento de um projeto de design considerando estes contextos?

Pode parecer contraditório ter de projetar produtos e serviços que sejam cada dia mais precisos ao mesmo tempo que teremos cada vez mais restrição de acesso a dados, mas essas leis estão aí para buscar garantir transparência e honestidade. Claramente muitas empresas estão precisando reestruturar drasticamente seus negócios, mas estava ocorrendo muita displicência e abuso em relação aos dados das pessoas. Pensar sobre privacidade deve acontecer durante o processo de design, que é a própria ideia do conceito de “Privacy by Design”.

Quais foram as maiores conquistas de sua carreira como designer? Credita este sucesso a role models femininos? Caso sim, poderia citar alguns?

Com certeza foi ter sido vencedora do Apple WWDC Scholarship durante 4 anos seguidos por conta de aplicativos que eu desenvolvi e que eu acredito que foram escolhidos por conta desse meu foco na experiência do usuário (UX).

A pessoa que mais me inspira a acreditar nos meus sonhos é a minha mãe. Ela está sempre ao meu lado me apoiando, não me deixando desistir ou achar que não sou suficiente.

Mas também não posso deixar de citar mulheres incríveis que marcaram a nossa história e abriram as portas para mais mulheres em tecnologia: Ada Lovelace, Grace Hopper, Margareth Hamilton e muito mais!

Foto: Arquivo / Karina Tronkos

Dedica-se a algum tipo de trabalho de design inclusivo, desde dando aulas, ou projetos? Caso sim, quais?**

É uma área que eu tenho buscado estudar cada vez mais e que eu busco sempre atentar e evangelizar tanto as pessoas a minha volta como quem me acompanha sobre o tema.

Um tempo atrás eu fiz um post no Instagram sobre “Como produzir conteúdo acessível no Instagram” e foi incrível a repercussão! É um assunto que necessita urgentemente ser mais disseminado. Vou compartilhar alguns nomes de projetos incríveis: Surdos que Ouvem, Deficiência Tech, Movimento Web para Todos, Redesign for All.

Quais foram os maiores avançados percebidos por você em relação ao tema mulheres em tecnologia e mulheres em design? E quais são ainda os maiores desafios?**

Tenho visto mais comunidades lindas de mulheres em design e tecnologia crescendo, programas de incentivo em cursos e empresas, mas esse é apenas o início!

Sobre desafios, um dos principais é: como podemos dar a essas mulheres as habilidades para que se sintam confiantes para seguir uma carreira em tecnologia?. Não é apenas sobre aumentar a quantidade de oportunidades na área, mas também sobre apresentar o que significa trabalhar com tecnologia hoje em dia, o que as pessoas nessas funções fazem no dia-a-dia e o impacto que podem ter na sociedade. Além disso, ajudarmos a resgatar essa confiança dentro das mulheres de que o lugar delas é na tecnologia sim!

Todo o designer imprime uma marca a partir de um ponto de partida teórico clássico. Qual é sua marca no mundo? De que forma gostaria de influenciar jovens a serem designers?

O Nina Talks, meu projeto para trazer mais pessoas (principalmente mulheres) para a área de tecnologia, possui 3 pilares principais que são o meu norte e que definem a marca que eu quero deixar no mundo: inspirar, empoderar e educar. Os meus projetos e ações que eu tomo estão sempre alinhadas com esse propósito!

O design activista é “o pensamento, imaginação e prática do design, aplicados consciente ou inconscientemente, para criar uma contra-narrativa destinada a gerar e equilibrar mudanças sociais, institucionais, ambientais e/ou econômicas positivas”, segundo Fuad-Luke. Você defenderia práticas de design ativista desde a escola? De que forma valores de diversidade, inclusão e solidariedade podem ser ensinados com o design?

Sem dúvidas! O nosso objetivo como designers deve ser tornar as coisas melhores do que eram antes e nada melhor do que desde cedo projetarmos soluções que vão gerar impactos sociais, econômicos e ambientais.

Empatia é peça chave no processo de design, que é sobre ver com os olhos do outro, ouvir com os ouvidos do outro e sentir com o coração do outro. Quando a gente se coloca no lugar de outra pessoa e busca enxergar as coisas da perspectiva dela, o nosso horizonte se expande e a gente passa a vivenciar de verdade valores como diversidade, inclusão e solidariedade.

Você foi premiada por quatro vezes pela Apple em projetos de design. Como avalia o trabalho de designers e programadoras brasileiras em relação a outras mulheres com a mesma atuação em outros países?

Eu enxergo que muitas vezes o(a) brasileiro(a) enxerga o trabalho dos estrangeiros como muito melhor do que temos aqui. A nossa competência intelectual e técnica aqui no Brasil é enorme e deve ser cada dia mais valorizada! Nós temos incontáveis profissionais de tecnologia brasileiras incríveis e que merecem ter o seu trabalho reconhecido. Precisamos olhar para fora sim, mas não podemos deixar de olhar para dentro também.

Virgínia Chalegre

Autora do livro Teste e Acessibilidade – NEA Ediçoes. Aluna do Programa Doutoral ICPD da Universidade de Aveiro/Universidade do Porto. Mestre em Testes de Acessibilidade- UFPE. Especialista em Gestão e Qualidade de Software – Universitat Politécnica de Catalunya – Barcelona, 2008. Especialista em Engenharia de Software, FBV/Qualiti – 2007. Bacharel em Ciência da Computação, UNICAP – 2003. Sócia-Fundadora e CEO da t-access, empresa que trabalha com testes de software, acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Coordenadora e Formadora do curso de Empreendedorismo para Pessoas com Deficiência – Projeto Vencedor do Orçamento Participativo de Lisboa. Professora da disciplina de acessibilidade e orientadora do Mestrado de Design do CESAR School. Já trabalhou como Engenheira de Testes em várias empresas do Brasil e na NTE- Espanha. Palestrante, com artigos publicados em conferências nacionais e internacionais. Em 2018, Virgínia recebeu um voto de aplauso da Câmara Municipal do Recife, pelo título de Mulheres Influentes em Testes de Software na América Latina.

Foto: Arquivo / Virginia Chalegre / Marco Zero

Por que escolheu este caminho profissional, seguindo da Ciência da Computação para Engenharia de Software? Como foi este percurso em termos de desafios não apenas técnicos, mas também ligados ao fato de ser uma mulher em tecnologia?

Naquela época, final dos anos 90, se você gostasse de matemática, física e química, “deveria” seguir a área de exatas. Assim o fiz. Me deparei com uma sala cheia de homens, eu e mais quatro colegas mulheres. Apesar de saber que seria assim, na prática a teoria é outra. Segui e, dentro das minhas possibilidades, escolhi a Ciência da Computação. Realmente, não me via fazendo outra coisa. Estava mesmo feliz com a minha escolha. Aos 16, entrei na Universidade e fiz parte de uma turma que era considerada mista por ter, por volta de doze mulheres e quarenta homens, dentro deste curso. Quando comecei a trabalhar, a realidade das empresas também não era diferente. Os homens prevaleciam. Eu, por vezes, me impunha uma couraça de durona, para ocupar o meu espaço, para ter o meu trabalho reconhecido, para que não houvesse possibilidade de julgamento de gênero ou, minimamente, uma ameaça de assédio.

Você é especializada em testes de software, autora de livro sobre o tema, empreendedora de empresa que realiza este trabalho voltado à acessibilidade há mais de 20 anos. Por que e como também voltou sua formação e carreira profissional para este campo, de pessoas com deficiência? 

Eu comecei a trabalhar com desenvolvimento e em 2005 entrei na área dos testes, num grande projeto internacional, onde envolvia empresas do Brasil, da Itália, da Rússia e da China. Em 2009, iniciei o mestrado em Ciência da Computação, com um tema para elevar a  produtividade das engenheiras e engenheiros de testes. Não estava feliz com a minha pesquisa. Acreditava ser muito mecanizada, para ser aplicada em pessoas. Neste mesmo ano, meu chefe da época me pediu para fazer testes com pessoas com deficiência visual. Trabalhávamos num portal governamental e, por lei, precisava ser acessível. Tentei preparar os testes, mas não sabia por onde começar, porque encontrei poucas pesquisas na área. Chegado o dia, duas pessoas cegas e eu, numa sala, pedi para eles iniciarem os testes.

Corta para: as pessoas cegas utilizam uma ferramenta assistiva, chamada sintetizador de voz, em que lê o conteúdo digital e transmite em áudio para o usuário.

Quando eles iniciaram o programa leitor de telas, eu não conseguia acompanhar, visto que a velocidade da leitura era muito mais rápida do que a minha audição estava adaptada a compreender. Neste momento, percebi que a única pessoa com deficiência daquele ambiente era eu.

A partir desta experiência, mudei o tema do mestrado, comecei a trabalhar com acessibilidade. Fundei, junto com duas sócias, a t-access, para trabalhar com testes e acessibilidade de software. E, desde então, a acessibilidade segue me levando para caminhos inimagináveis.

Teste com vendas. Exercício de empatia.

Quais são os requisitos mínimos, ou mais importantes, que um software precisa ter para ser acessível a qualquer pessoa? 

De pronto, eu indicaria 3:

  1. Descrever conteúdos não textuais;
  2. Publicar textos simples, objetivos e inteligíveis;
  3. Pensar em diferentes formas de comunicar, como alternativas para o áudio, por exemplo.

Porém, há mais de sessenta diretrizes de acessibilidade contidas no WCAG 2.1 (Web Content Accessibility Guidelines), padrão internacional, que serve de referência para a legislação e a validação da acessibilidade de vários países, inclusive, do Brasil. Criado pelo WAI (Web Acessibility Initiative), grupo de trabalho do W3C, contém várias diretrizes para garantir a acessibilidade digital a todas as pessoas. Se quiser conhecer melhor os requisitos, para tornar a sua plataforma/conteúdo digital acessível, pode consultar a página da WCAG 2.1: https://www.w3.org/TR/WCAG21/

A experiência do usuário é um dos campos do design de interação a ter crescido em importância científica e profissional nos últimos 15 anos. Como professora também em design, como é possível desenhar e testar o uso de uma plataforma para pessoas com deficiência?

Antes de mais nada, diria que o melhor caminho é envolver os usuários, de diferentes perfis, desde a concepção do produto até a sua publicação. Outro ponto é desenvolver empatia. Como professora, vejo que as técnicas e diretrizes de acessibilidade são muito melhor percebidas pelos estudantes, quando antes, há alguma atividade que possa fazê-los sentir o que as pessoas com deficiência sentem. Mesmo que por alguns minutos. Quando percebi que esta atividade mudava completamente o mindset das pessoas, passei a aplicá-la em todas as aulas.

Qual a sua visão sobre a evolução destes campos profissionais no Brasil e fora do país dentro dos campos profissionais que são suas expertises: desenvolvimento, teste de software e tecnologias para pessoas com deficiência? Poderia falar sobre conquistas em aspecto não apenas técnico, mas ainda de oportunidades, sobretudo para mulheres?

Ainda existe um longo caminho a percorrer. Sabemos que ainda há diferenças salariais e menos capital investido para empreendedoras na área de tecnologia, por exemplo. Porém, já vejo um mercado muito diferente, comparado ao dos anos 2000. A aceitação da acessibilidade também está maior e o leque de trabalhos, que podem ser realizados por pessoas formadas (ou interessadas) nesta área, é enorme.  Já conseguimos quebrar o paradigma de que as pessoas que estudam computação ou áreas afins só podem trabalhar com desenvolvimento de software. Adicionado a isto, temos muitos movimentos e coletivos femininos que trabalham para incluir mulheres na área de tecnologia. E acho que este é também o nosso papel, como privilegiadas numa sociedade desigual. Sonho em ver mais mulheres com e sem deficiências, empreendendo, trabalhando com TI e tendo, acima de tudo, liberdade de escolha.

Testes com pessoa com deficiência visual

Os testes de software que você realiza abrangem pessoas com qualquer tipo de deficiência? Como tem sido o retorno deste público quando se sente contemplado como usuário de uma tecnologia que deveria ser universal? Quais são as dinâmicas de teste que realiza com estas pessoas?

Abrangem pessoas de qualquer deficiência sim. As pessoas se sentem, normalmente, muito acolhidas e chegam, muitas vezes, a se fidelizarem ao produto, visto que o normal é não incluí-las, apesar de fazer parte da legislação de muitos países. Mais do que lei, vejo a acessibilidade como uma questão de responsabilidade social. Se eu tenho direito de acesso às informações, qualquer pessoa deve ter também.

Se somos chamadas para executar um serviço de acessibilidade, analisamos as diretrizes que melhor se adéquam à plataforma, executamos testes, tentando reproduzir um pouco do contexto, utilizando também as ferramentas assistivas , para validar a qualidade do software e buscamos contemplar os conceitos de user experience, envolvendo os usuários com deficiência desde as primeiras fases da pesquisa até os testes de lançamento do produto. (A Foto: Teste com Vendas – Exercício de Empatia, representa um pouco o que estou falando).

Fale um pouco sobre seu projeto europeu de desenvolver ferramentas tecnológicas de acessibilidade para pessoas com deficiência.

Como falei, comecei trabalhando com testes e acessibilidade digital. Ao longo destes anos, fomos abraçando os projetos de inclusão de pessoas com deficiência. Em 2015, criamos o projeto: Qualificar para Incluir, com a meta de qualificar as pessoas com deficiências nas áreas de testes de software, desenvolvimento, empreendedorismo e tecnologias colaborativas, suprindo também uma necessidade latente das empresas de contratar pessoas qualificadas. Já participaram deste projeto pessoas com deficiência visual, auditiva e intelectual, no Brasil e em Portugal. A próxima turma será para pessoas com deficiência motora, projeto que foi submetido para o orçamento participativo de Lisboa e que será executado no primeiro semestre de 2021.

Foto: Arquivo

Para jovens interessadas em ingressar em tecnologia, quais seriam os conselhos hoje em termos de escolhas de carreira, o que você recomendaria daquilo que fez e o que acha que hoje escolheria, em virtude da evolução do mercado?A primeira pergunta que faço às minhas alunas e alunos do curso de empreendedorismo é: “Qual é a mudança que você quer ver no mundo?”. Pode parecer até clichê, mas noto que muitas pessoas possuem ideias abstratas de respostas e que só enxergam caminhos muito longínquos, para chegar neste lugar. Vejo também que se houver movimento, por menor que seja, esta mudança começa a acontecer e, muitas vezes, têm um impacto que não conseguimos mensurar. Portanto, eu começaria fazendo esta pergunta e pedindo para que as jovens pudessem ver a escalabilidade que as plataformas digitais possuem. Gostaria de complementar esta resposta com a célebre frase de Mary Pat Radabaugh: “Para a maioria das pessoas, a tecnologia torna as coisas fáceis. Para as pessoas com deficiência, a tecnologia torna as coisas possíveis”.

Você é mãe de uma menina de 7 anos. Costuma estimulá-la a se interessar por tecnologia? Caso sim, de que forma? 

Fiz esta pergunta à minha filha. A resposta foi que sim, porque ensino como funcionam as tecnologias colaborativas e como elas podem ser acessíveis a qualquer pessoa. Outro dia ela estava no quarto e eu na sala. Recebi um e-mail dela, convidando para uma videochamada. Entrei e ela me pediu uma bolacha para lanchar. Muitas vezes o estímulo acontece tão naturalmente, que você nem sente no dia a dia.

Aula de Inovação Maker, em Recife

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