Quando findamos 2020, uma das sensações que observei foi de um esgarçamento criativo. O mundo passou o primeiro ano da Covid-19 buscando, de diferentes formas, manter as conexões entre as pessoas. Esta necessidade se dá porque somos uma comunidade mundial que habita este planeta e o laço (conexão) que temos uns com os outros é um bit vital para nossa existência. 

Startamos a implementação quântica da digitalização de serviços, comunicações em diversos âmbitos. Sobrevivemos e chegamos em 2021, uploudados e com sistemas operacionais da vida atualizados. E a certeza de que o “digital” não retrocederá.

2020 foi o ano da live e do zoom. Nossos corpos experimentaram e passaram a vivenciar diariamente o cyberespaço como casa, como espaço de trabalho, como ambientes de lazer. No cyber mundo não há fronteiras geográficas, borram-se noções territoriais. Acessamos milhares de coisas provocados por uma nova dimensão de tempo.

Contudo, também chegamos no limite do tédio. Não há zoom e não há live que resolva nossas necessidades de conexão física. Mas também, ficar em casa ainda é um dos protocolos imprescindíveis para vencermos a Covid!

E como resolver isso? Cheguei no final de 2020 pensando muito sobre o que comentei acima. Iniciei 2021 convicta de que pesquisa, criatividade e inovação são palavras-chave para uma busca intensa por novas formas de estar e desenvolver o mundo. E para isso, eu comecei uma jornada de absorção de conteúdos que pudessem me provocar. 

Meu primeiro encontro foi com a série Imagineering, que narra a criação de uma equipe de mesmo nome, uma mistura de imaginação e engenharia, dos parques Disney desde o primeiro, na Califórnia, ainda nos anos 1950. Na equipe estão profissionais como designers de arte, engenheiros, técnicos de iluminação e modeladores. Ao mesmo tempo, a série mostra o caminho único iniciado por Walt Disney.

Cada episódio tem uma aula diferente sobre gestão de pessoas, liderança, criação de uma visão e solução de problemas. Ao unir engenheiros técnicos à criatividade dos artistas, Walt foi além da equipe e do pensamento óbvio, de que era a única maneira de criar algo. Desafiando medos, limites e correndo riscos, foi construída uma experiência para o público e um legado.

Meu segundo momento foi com a série Abstract: The Art of Design, uma produção original da Netflix, que é dividia atualmente em 2 temporadas, em que a 1ª se dedica a uma análise da era mais tradicional da indústria do design e a 2ª tem um caráter mais digital e de como o design foi se resignificando como área do conhecimento e de produção acompanhando a expansão tecnológica. 

Eu buscava o episódio do Head de Product Design do Instagram, Ian Spalter. O episódio mostra o projeto de redesign da tela de perfil no Instagram. Integrantes do time descrevem rapidamente o processo de entender com os usuários o papel de cada informação na tela de perfil e a descoberta com a pesquisa que não vale pena destacar tanto a quantidade de Followers e Following. Dar evidência para essas informações podem desestimular pessoas que não se sintam tão populares na rede social. Decisão parecida com que eles tomaram ao tirar a quantidade de likes nas fotos que postamos atualmente.

E nisso descobri o trabalho de Neri Oxman, uma designer americana-israelense e professora do MIT Media Lab, onde lidera o grupo de pesquisa Mediated Matter. Ela é conhecida pela arte e arquitetura que combinam design, biologia, computação e engenharia de materiais. Para findar, conheci a designer Cas Holman, que através de sua empresa ‘Heroes Will Rise’,  projeta e fabrica brinquedos para a imaginação.

Esse percurso audiovisual foi uma explosão de referências, percepções, estéticas e matérias primas. Demostraram as possibilidades infinitas de invenção em territórios, contextos e realidades extremanente diferentes e a nossa capacidade de sermos engenhosos e criativos. De sermos surpreendentes. 

E voltei a refletir sobre “pesquisa, criatividde e inovação” a partir de novas percepções que inspiram novas explorações, vivências e desenvolvimentos de soluções para o mundo.

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