Bom, como esse é o meu primeiro texto na coluna, acho que devo falar sobre algo que de fato vai estrear as minhas palavras dentro desse local de discussão sobre tecnologia.

Faz um tempo que eu venho pensando sobre como a área de produtos digitais me permite desbravar locais dos quais ainda não foram tão explorados, principalmente quando pensamos que aplicativos e sites estão diretamente no dia a dia das pessoas.

Vou me apresentar rapidinho. 

Me chamo Fernanda Morena, tenho 31 anos, sou Product Designer, curitibana e ativista. Trabalho desde os 17 anos, cresci na periferia de Curitiba, estudei em escola pública a vida toda e consegui entrar na faculdade por medidas progressistas de um governo que não está mais no poder. Ao longo da minha vida acadêmica e profissional eu sempre questionei o mercado de trabalho, o consumo e pautas que eu sempre lutei desde os grêmios estudantis. Trabalhei como designer gráfico em muitas empresas e com isso sempre fui tentando encaixar o meu momento de encontrar algo que fizesse sentido pra mim, foi quando eu conheci a área de UX.

A experiência do usuário não fala somente sobre processos e metodologias, mas fala principalmente sobre pessoas.

Pessoas na construção de produtos digitais e serviços para pessoas que consomem esses produtos, entendemos que é necessário pensar nas necessidades delas e como elas irão interagir com o nosso projeto.

Eu tenho levantado essa conversa no meu círculo social sobre como ainda a minha profissão é confusa pra muita gente, mas talvez seja a dificuldade de ampliarmos a discussão de como o design ainda é fechado, elitista, branco e cis (e isso eu vou pautar em outro texto, me aguardem!).

Mas vamos lá, vou falar sobre toda essa atmosfera de trabalho que envolve a pessoa que trabalha com produtos digitais. Sabe aquele app que você não conseguia usar corretamente e teve uma atualização e de repente você achou tudo o que precisava? Isso é UX! Sabe aquele site que você amava e do nada mudou tudo e você odiou? Ops, é UX também.

A usabilidade envolve toda a sua jornada dentro de uma plataforma, boas ou ruins e isso quem decide é você! A pessoa usuária que nos conta a partir de suas percepções no uso o que de fato traz benefícios, quando desenhamos algo, precisamos entender quem vai consumir aquele produto. O app é de comida vegana? Vamos falar com pessoas veganas!
É um site de viagens? Vamos falar com pessoas que desejam esse serviço e isso sucessivamente. Nada é feito sem embasamento teórico/prático a partir de quem é a nossa persona (personas são os personagens que nós criamos a partir dessas pesquisas de usuários, definindo idade, gênero, profissão, hábitos e a maior quantidade de informação que podemos desenhar para deixar imageticamente, a pessoa usuária do produto que estamos desenvolvendo).

Existem ferramentas para toda essa construção e eu vou falar disso nos conteúdos que irei apresentar nas minhas colunas. Quero trazer aqui todos os meus conhecimentos ao longo desses bons anos que eu trabalho com produtos digitais e serviços. Principalmente com o olhar de uma mulher que dentro do mercado de trabalho já sofreu com a síndrome da impostora, abuso psicológico e machismo. Levantar as pautas importantes para que cada vez mais tenhamos força e coragem para fazer o nosso trabalho que vem sendo tão importante no atual momento que vivemos.

Esse texto é o introdutório do meu espaço no coluninjas. Quero saber o que vocês desejam que seja falado aqui e principalmente, como podemos melhorar como pessoas responsáveis pela experiência num ambiente digital e passível de determinadas estruturas que podem afetar o desenvolvimento de alguém.

Ansiosa demais pra dividir com vocês.

Para falar comigo meu contato de email é
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Até logo!

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