Por Beatriz Werneck | Copa FemiNINJA

Foto: reprodução Imortais do Futebol

A Copa do Mundo de futebol feminino teve a sua primeira edição somente em 1991. Antes da oficialização da Copa, já existiam eventos desse tipo, no entanto, eles eram conhecidos como mundialitos.

Copa de 1991
Sede: China
Campeã: Estados Unidos
Vice campeã: Noruega
3º lugar: Suécia
Artilheira e chuteira de ouro: Michelle Akers (EUA) – 10 gols
A primeira edição oficial da Copa do Mundo contou com 12 seleções de 6 confederações após a realização das eliminatórias que eram semelhantes as do futebol masculino. A FIFA acreditava que as jogadoras iriam se desgastar muito jogando 90 minutos por jogo, por isso, os jogos eram de 80 minutos, cada tempo com 40 minutos. Os uniformes utilizados pelas jogadoras não eram cuidados de maneira adequada pelas fornecedoras de material esportivo, como não havia uma modelagem feminina, elas utilizavam uniformes masculinos. Devido a isso, era comum ver as jogadoras com blusas grandes.

A chinesa Ma Li foi a autora do primeiro gol da história dos mundiais femininos. O sucesso da primeira edição fez com que o futebol feminino fosse inserido como esporte olímpico nos Jogos de Atlanta, em 1996.

Copa de 1995
Sede: Suécia
Campeã: Noruega
Vice campeã: Alemanha
3º lugar: Estados Unidos
Artilheira e chuteira de ouro: Ann Kristin Aarønes (NOR) – 6 gols
Nesta segunda edição, os jogos passaram a ser de 90 minutos e as mulheres quebraram a ideia de que elas se desgastariam muito e não aguentariam jogar o mesmo tempo que os homens. Uma curiosidade interessante é que o número de gols desta edição foi exatamente a quantidade de gols da Copa de 1991. Ao sediar essa Copa, a Suécia se tornou o primeiro país a receber um mundial masculino e feminino.

Copa de 1999
Sede: Estados Unidos
Campeã: Estados Unidos
Vice campeã: China
3º lugar: Brasil
Artilheiras: Sissi (BRA) e Sun Wen (CHN) – 7 gols cada
Chuteira de ouro: Sissi (BRA)
A Copa de 1999 contou com um aumento de 4 seleções em relação as edições anteriores, passando a ter 16 seleções. Esta Copa foi responsável por bater o recorde de audiência e de gols, com 123 gols em 32 jogos, tendo uma média de 3,84 gols por partida. Um dos momentos mais marcantes desse ano foi quando Brandi Chastain, dos Estados Unidos, comemorou o gol que fez na disputa de pênaltis tirando sua camisa e deslizando de joelhos pelo gramado. Esse gol foi o responsável pelo título dos Estados Unidos contra a China.

Copa de 2003
Sede: Estados Unidos
Campeã: Alemanha
Vice campeã: Suécia
3º lugar: Estados Unidos
Artilheira e chuteira de ouro: Birgit Prinz (ALE) – 7 gols
Neste ano, o país que iria sediar a Copa do Mundo de futebol feminino era a China. Porém, ela teve que dispensar a oportunidade devido a uma epidemia de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) que atingiu a região. Aproveitando a estrutura dos Estados Unidos, o torneio foi realizado novamente na América do Norte e, em 2007, a China seria a sede para compensar esse ano de 2003.

Nesta edição, a russa Elena Danilova, com apenas 16 anos, marcou o gol de honra no jogo da eliminação para a Alemanha, se tornando a jogadora mais nova a marcar um gol na história dos mundiais. Foi a primeira Copa de Marta, e a primeira e única Copa decidida pelo método do gol de ouro na final entre Alemanha e Suécia. A alemã Birgit Prinz recebeu a Bola de Ouro e se tornou a primeira jogadora a vencer os prêmios de melhor jogadora e artilheira da Copa sem compartilhar com ninguém.

Copa de 2007
Sede: China
Campeã: Alemanha
Vice campeã: Brasil
3º lugar: Estados Unidos
Artilheira e chuteira de ouro: Marta (BRA) – 7 gols
Como negociado, após o fim da epidemia de SARS, a China sediou novamente o campeonato. O jogo entre Alemanha e Argentina (11×0) desta edição bateu recorde e se tornou a maior goleada da história das Copas, mesmo se comparar com a masculina. Com o Brasil enfrentando a Alemanha na final, foi a primeira vez que uma seleção sul americana chegava a final da Copa do Mundo de futebol feminino. Ao se consagrar a primeira bicampeã consecutiva da história da copa feminina, a Alemanha concretizou o feito de não levar nenhum gol durante o campeonato inteiro. Foi a primeira e única vez que uma seleção não sofreu gol.

Copa de 2011
Sede: Alemanha
Campeã: Japão
Vice campeã: Estados Unidos
3º lugar: Suécia
Artilheira e chuteira de ouro: Homare Sawa (JAP) – 5 gols
Essa edição foi a copa com menor quantidade de gols marcados, apenas 86, e a menor média de gols por jogo (2,69), sendo talvez a competição mais equilibrada. Em uma final entre Japão e Estados Unidos decidida nas penalidades, o Japão se consagrou pela primeira vez campeão da copa, sendo o primeiro país do futebol asiático a vencer um torneio desse tamanho. A japonesa Homare Sawa repetiu o feito de Birgit Prinz e foi eleita a melhor jogadora e artilheira da Copa.

Copa de 2015
Sede: Canadá
Campeã: Estados Unidos
Vice campeã: Japão
3º lugar: Inglaterra
Artilheira e chuteira de ouro: Célia Sasic (ALE) – 6 gols
Na copa de 2015 houve novamente um aumento no número de seleções participantes, passando de 16 para 24 seleções. Com isso, passou a ter uma nova fase eliminatória, as oitavas de final. Por ter mais time e mais jogos, essa edição bateu o recorde de gols marcados, com 146 gols, mesmo com a média ficando abaixo de outras edições históricas, com 2,81 gols por jogo. Foi a primeira copa que contou com a “Goal Line Technology”, tecnologia que detectava se a bola havia cruzado a linha do gol ou não.

A polêmica ao redor dessa edição foi pelo fato de ter jogos disputados em gramados sintéticos, gerando críticas a respeito do risco de lesões e da alta temperatura registrada no gramado em alguns jogos, chegando a 49ºC. A americana Abby Wambach organizou um movimento de jogadoras contrárias a grama sintética, provocando o envio de uma carta a FIFA pedindo por direitos iguais aos dos homens, já que eles sempre jogaram em gramados tradicionais. As reclamações não foram aceitas pela FIFA que utilizou-se de suas estratégias jurídicas para conter as reivindicações. No entanto, elas conseguiram que a grama artificial do estádio onde seria realizada a final fosse substituída por uma melhor, e a Copa de 2019 fossem feita em grama normal.

A final ocorrida novamente entre Estados Unidos e Japão, onde o Japão perdeu por 5×2, foi a partida final com o maior número de gols da história das copas femininas, com 7 gols no total.

Conheça outros colunistas e suas opiniões!

Colunista NINJA

Memória, verdade e justiça

FODA

Qual a relação entre a expressão de gênero e a violência no Carnaval?

Márcio Santilli

Guerras e polarização política bloqueiam avanços na conferência do clima

Colunista NINJA

Vitória de Milei: é preciso compor uma nova canção

Márcio Santilli

Ponto de não retorno

Dríade Aguiar

'Rivais' mostra que tênis a três é bom

Andréia de Jesus

PEC das drogas aprofunda racismo e violência contra juventude negra

Márcio Santilli

Através do Equador

XEPA

Cozinhar ou não cozinhar: eis a questão?!

Mônica Francisco

O Caso Marielle Franco caminha para revelar à sociedade a face do Estado Miliciano

André Menezes

“O que me move são as utopias”, diz a multiartista Elisa Lucinda

Ivana Bentes

O gosto do vivo e as vidas marrons no filme “A paixão segundo G.H.”

Márcio Santilli

Agência nacional de resolução fundiária

Márcio Santilli

Mineradora estrangeira força a barra com o povo indígena Mura

Jade Beatriz

Combater o Cyberbullyng: esforços coletivos