*Conteúdo não recomendado para menores de catorze anos.

Pensou e um carinha lindo ? idealize por um minuto um carinha perfeito, pois é, um desses pediu pra apagar a luz antes de começarmos a transar porque o mesmo não queria que eu visse uma cicatriz em seu corpo.

Após muitas risadas em uma mesa de bar, flertes, olhares afiados e um gesto de solidariedade ofereceu uma carona inocente “-que a gente bem sabe onde vai dar”. Cadeira de rodas desmontada e dentro do carro, no primeiro semáforo, o primeiro beijo de uma longa noite, sem cinto (não façam isso) apoiada em suas coxas, beijei devagarinho seu pescoço, subindo lentamente até a sua boca, que beijo lento, molhado, pra não dizer babado. O farol abre, volto pro meu lugar de origem, o banco do passageiro, agora com cinto, já prendo meu cabelo, me preparando claro.

Chegamos na casa dele, a cadeira ficou no carro mesmo, aqueles imensos braços deveriam servir pra algo neh ? Ele me pega, de frente pra ele, me encosta na porta da sala que dava acesso a casa, porta essa que o mesmo estava tentando abrir enquanto eu o beijava e ria ao mesmo tempo daquela cena, me lembrei da cena do filme Titanic, aquela do corredor inundado e os coleguinhas deixam o molho de chaves cair na água. Entramos finalmente, literalmente fui jogada no sofá, não há cabelo que fique preso a isso, a sala parecia um forno de tão calor, foda-se o calor que o cabelo causava. Na minha frente, um império tirando a roupa diante os meus olhos, peito largo, alto, não era o homem definido de academia, porém esse homem era um armário todo talhado no trabalho manual, peludinho. Quando vi sinais de alegria no meio de suas pernas e uma gota de suor que desceu do seu pescoço até o umbigo, junto com ele tirei minha blusa e meu salto alto, pelo cinto de sua calça o puxei pra cima de mim naquele sofá imenso, ele me virou bruços , tirou meu cabelo da nuca, beijando minha bunda ainda por cima da roupa, subindo minhas costas, até chegar ao meu ouvido, sua barriga encostava na minhas costas.

Sinto agora suas mãos por debaixo da minha saia tirando minha meia calça e minha calcinha, sendo carregada por ele novamente, concluiremos nossa noite no quarto, fico sentada no centro da cama, ele tira a calça e sua cueca azul clara, eu estava satisfeita com o que eu via, vou até ele de joelho em cima da cama, da altura da sua cintura, camisinha, dou início a um sexo oral lento que não podia durar muito, pois eu sabia que ia segunda chance, se eu quisesse aproveitar a noite toda não dava pra acabar o show cedo. Já que minha autoconfiança permite, eu estava deslumbrante, vestindo apenas uma saia pra la de curta, com o cabelão todo bagunçado, ele me pega novamente de frente pra ele, se deitando comigo na cama, em frações de segundos, faço uma cena que eu via em slowmotion, jogo meu cabelo pra não ficar preso embaixo do meu corpo, olho pro imenso espelho no guarda roupa embutido a parede, vejo uma cena linda, um homem imenso de uma bunda linda em cima de mim, meu cabelo estendido como um lençol espalhado na cama, quando do nada, tudo fica escuro. Eu pensei que era a volta de jesus buscando seus colegas.

Eu fiquei sem reação, eu não via nada, eu perdi o foco, broxei, como seu eu tivesse acordando de um sonho eu perguntei : “-O que aconteceu? Me fala que a energia da casa caiu”. E a resposta foi pra mim surpreendente “-Apaguei a luz no interruptor da cabeceira da cama”. Na hora sai debaixo dele, procurando igual louca esse botão e acendi a luz novamente, o tesão já tinha caído por terra. – Não foi por mim que você apagou essa luz. Foi o que eu disse a ele, que muito sem graça sentou na ponta da cama, eu quebrei, parti ao meio a sensualidade, a confiança daquele homem, que em palavras meio enroladas me disse que sentia vergonha de uma cicatriz enorme que ele tinha na parte posterior da coxa devido a um acidente. Aquilo me fez ficar calada por aproximadamente dois minutos, minhas mãos começaram a suar de nervosa.

Pensei, que eu sim tenho motivos para querer fazer sexo no escuro, é o meu corpo que foge da “normalidade”, meu corpo que carrega grandes cicatrizes de inúmeras cirurgias, porém eu só não tinha vivido episódios onde senti vergonha do meu corpo na hora do sexo, pois antes mesmo que eu tivesse vergonha de tirar a roupa pra alguém ou perdesse minha virgindade, teve uma pessoa que despertou o meu olhar de desejo pelo meu próprio corpo. Mesmo escondendo meu corpo e todas suas “imperfeições”, esse meu primeiro homem, dentro de um banheiro escolar me fez acreditar que meu corpo era sim desejável, era sim belo e que seria injusto me privar de conhecer e amar meu corpo.

Muito emocionada, mas segurando as lágrimas, olho aquele homem na beira da cama de costas pra mim, já de blusa. “-Olha pra mim, olha bem pra mim, olha pro meu corpo que até cinco minutos te deixou de pau duro, esse corpo tem todos os motivos para não estar nesse quarto se deitando com alguém que conheceu em um bar, pra não querer transar de luz acesa, então não vai ser sua cicatriz que vai atrapalhar nossa foda, você não pode deixar que seja isso o motivo de suas frustrações, volta aqui e me beija”

Com todas as luzes que havia no quarto acesas, calmo, ele me beija, retomamos de onde paramos, quando terminamos, com a cabeça na minha barriga, ele sorriu e me disse que a conta de luz viria mais cara a partir daquele dia.

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