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Israel demonstra o quanto a história pode ser recorrente, quando as vítimas do século XX se transformam em alcaides do presente. O povo judeu, que sofreu o holocausto praticado pelos nazistas e possui uma memória de superação, ao manter um governo genocida em Israel permite um processo que objetiva dizimar, com requintes de crueldade, o povo palestino.

Uma agente policial de apenas 20 anos atirou atingindo um palestino na Cisjordânia ocupada, sem nenhuma razão. O ato resume que a vida pode ser apenas um exercício de tiro ao alvo. Os soldados israelenses incorporaram a prática de disparar contra civis, incluso mulheres e crianças, protegidos por uma impunidade garantida pelo Estado. Assim como o exemplo da policial, eles são levados a uma corte para averiguação.

Muitos vitimados apresentam disparos na cabeça e tórax a curta distância,um ato deliberado para matar ou ferir gravemente. A única consequência prática é a expulsão do exército, mesmo praticando um crime de guerra.

No último dia 12 de outubro, foi a vez de Aisha Muhamad Aravi de 47 anos na cidade de Nablus quando viajava com seu marido. Um grupo de colonos israelenses apedrejaram o para-brisa. A mulher faleceu com traumatismo craniano, enquanto seu esposo ficou gravemente ferido. Como num livro de capítulos intermináveis de atrocidades, este fato ocorreu poucos dias após outro grupo de colonos apedrejarem alunos palestinos na aldeia de Urif.

Enterros como de Nayi Muhamad al-Zanin neste 17 de outubro, fruto de bombardeios israelenses, são quase diários. O objetivo é intensivar o processo de aniquilamento dos palestinos. A Faixa de Gaza nada mais é que um campo de concentração, onde é aprisionado uma população inteira, controlando o fornecimento de água, alimentos e remédios.

Uma matemática macabra de fornecer muito menos que um ser humano precisa, para resultar em mortes planejadas.

As consequências práticas são novos degraus deste genocídio, acobertado pelo silêncio da ONU e apoiado pelos EUA. No que tange a verdade,para o governo de Benjamin Netanyahu, não basta se apropriar das terras palestinas, escravizar seu povo, mas sim, retirar suas vidas. Enquanto os palestinos não desistem de defender seu país com as “caravanas de retorno”, o Estado de Israel pratica a barbárie de transformar um ser humano em apenas um alvo.

Vítimas no passado, um governo genocida no presente.

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