Foto: Jonas Santos / Mídia NINJA

por Victoria Henrique / Estudantes NINJA

O Governo Bolsonaro pretende fundir a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) sob o argumento de redução de gastos. O MEC (Ministério da Educação) estuda criar a Fundação Brasileira para a Ciência que seria o resultado da junção das duas agências, mesmo que os dois órgãos não sejam atrelados a ele. Somente a Capes é do MEC. O CNPq é ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

A ideia também é que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) absorva a Financiadora de Inovação e Pesquisa (Finep), empresa pública que é vinculada ao MCTIC e que é responsável por conceder recursos a instituições de pesquisas e empresas brasileiras.

As propostas causaram irritações e preocupações nos pesquisadores por ser mais um ataque à ciência no Brasil sem minimamente ter tido um debate com a comunidade acadêmica. Eles falam em um projeto de desmonte do sistema de tecnologia, ciência e inovação. O CNPq e a Capes também se opuseram às decisões e reforçaram o fato de que as duas agências cumprem papéis distintos. O primeiro é responsável pela pesquisa científica e o segundo, pelos programas de pós-graduação.

A fusão gera debates até dentro do governo. Marcos Pontes, ministro do MCTIC, publicou em seu Twitter que a junção prejudicaria o desenvolvimento científico do país e que mesmo que existem fatores na gestão administrativa a serem melhorados, não se justifica tal atitude.