18 de maio é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Contra Crianças e Adolescentes. Data foi escolhida em memória de Araceli, 8 anos, raptada, estuprada e brutalmente assassinada em Vitória/ES, em 1973.

Fotos: Fabricio Rosa

A cidade de Abadiânia/GO, município onde se localiza a Casa Dom Inácio de Loyola, local em que João de Deus fazia atendimento, foi palco de um protesto neste sábado, 19, em solidariedade às vítimas que denunciaram o médium. O caso “João de Deus” é reconhecido como o maior crime sexual em série no mundo. Mais de 380 vítimas – dentre elas crianças, adolescentes e mulheres – foram violadas sexualmente por um único homem ao longo de quase 4 décadas.

O “Fórum Goiano de Combate à Violência e à Exploração Sexual Infanto-Juvenil” e a “Rede de Atenção a Crianças, Adolescentes, Mulheres e Idosos em Situação de Violência de Goiânia”, compostos por gestores, professores, assistentes sociais, psicólogos, promotores de Justiça, policiais, artistas e profissionais de diversas instituições, junto da sociedade, participaram da ação dizendo não à violência.

Os artistas plásticos Siron Franco e Saída Cunha reforçaram o ato por meio de uma intervenção artística que envolveu a soltura de centenas de pombos-correios simbolizando a paz e a solidariedade às vítimas. Foram plantadas 380 mudas de ipês, às margens da BR 060, em homenagens às 380 vítimas oficiais até agora ouvidas pelo Ministério Público.

Em 2017, o Disque 100 – do Ministério dos Direitos Humanos, registrou 15.707 denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes no país. Por sua vez, a Polícia Rodoviária Federal registrou e existência de 2.487 pontos vulneráveis à exploração sexual contra crianças e adolescentes, em 2018, sendo 185 em Goiás. Esse número é superior ao do penúltimo levantamento da polícia, que registrava 175 pontos em Goiás.