Na manhã desta segunda-feira, a bancada do Psol, em requerimento apresentado pelo deputado federal Ivan Valente (Psol SP), realizou uma sessão solene no Plenário da Câmara dos Deputados em homenagem a Marielle Franco e Anderson Gomes. No dia 14 de março completou um ano da execução de Marielle e da morte de Anderson, seu motorista.

Foto: Mídia NINJA

Com a presença de parlamentares, representantes de movimentos sociais e familiares, a homenagem foi marcada por falas fortes sobre Marielle e muitos questionamentos sobre a ordem do crime. Ivan Valente leu uma carta escrita por Rodrigo Maia, presidente da Câmara que dizia “O assassinato de Marielle mostra a escalada da barbárie que atingiu nosso país” e Glauber Braga (Psol RJ) ressaltou em sua fala ao final: “No momento que a barbárie se torna um fato, nos acolhemos com todo respeito a carta que foi lida do presidente da Câmara. Mas se ele de fato quer homenagear o legado de Marielle Franco, é hora de colocar em votação o projeto de lei de 2009, que é o programa de proteção aos defensores dos direitos humanos”.

A alegria e disposição de Marielle também foram lembradas nas falas das companheiras de partido Fernanda Melchiona (Psol RS), Samia Bomfim (Psol SP) e da procuradora federal Débora Duprat, que abordou a estética de Marielle, como forma de ocupação e empoderamento, o que a destacava no seu fazer político também. Talíria Petrone (Psol RJ), que além de companheira de partido era amiga de Marielle, não deixou de falar do luto e da ausência sentida nos espaços que hoje as mulheres negras ocupam:

“A presença da Mari fazia da ocupação desse espaço uma ocupação menos dolorosa. É a saudade mesmo. O quanto era bom poder compartilhar com ela a ocupação desse espaço que é tão pouco nosso.”

Antonio Francisco, pai de Marielle, disse na tribuna que a luta junto a movimentos nacionais e internacionais de direitos humanos para desobrirem quem mandou matar sua filha e seu motorista continua, e Ágatha Reis, viuva de Anderson, pontuou que, apesar de tentarem colocar em disputa as vidas, o que ela chamou de “privilegio fúnebre”, Agatha sabe que o que importa é que haja solução e que outras vidas não sejam ceifadas.

Não podemos relaxar porque não queremos e não podemos deixar que outros defensores de direitos humanos tenham suas vidas ceifadas. Ficamos nos perguntando: que país democrático é esse?” Antonio Francisco

Ao final da sessão, a cantora Marina Íris cantou o samba-enredo da Mangueira, campeã do Carnaval do Rio de Janeiro, que também homenageia Marielle Franco.

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