Foto: Jorge Ferreira / Mídia NINJA

Por Jorge Ferreira / Mídia NINJA

Na manhã dessa sexta-feira, 6, os moradores do viaduto da Praça 14 Bis, na avenida 9 de Julho, em São Paulo, acordaram com agentes da subprefeitura da Sé colocando em prática o plano higienista de Doria, como noticiado pela manhã. Mas, para além da pobreza sendo varrida do centro e empurrada para as margens da cidade, precisamos falar de quem pega nas vassouras. O guarda? É negro. A assistente social? É negra. O operador das máquinas? Negro também. E quem recolhe as madeiras? Negro. Quem são expulsos dos barracos? Negros. O único branco na história é quem fez o projeto: João Doria.

Não é possível construir uma sociedade mais justa enquanto não enxergarmos a estrutura racista que brancos construíram, onde negros atacam negros em troca de um salário que mal dá pra pagar o aluguel no final do mês, onde o trabalho é exercido de maneira alienadora justamente para manter os privilégios dos brancos, onde negro mata e morre por uma sociedade que não o reconhece como cidadão. Se o que nos resta é um pouco de liberdade para dizer o que pensamos, vamos construir nossas narrativas e escancarar o óbvio: cidade linda é racista.

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