Por: Marina Staudt / CopaFemiNINJA

Foto: Reprodução Hugo Gloss

No último domingo (25), o árbitro Anderson Daronco paralisou o jogo entre Vasco e São Paulo, válido pela 16ª rodada do Campeonato Brasileiro para orientar ao técnico Vanderlei Luxemburgo sobre os cantos homofóbicos que parte da torcida carioca entoava no estádio. De imediato, o treinador sinalizou para que sua torcida parasse. Daronco é gaúcho e concedeu uma entrevista para a GaúchaZH. “Obviamente não é algo da minha cabeça, temos uma orientação nesse sentido. A própria Fifa vem sancionando seleções e clubes quando ocorrem fatos semelhantes, e a gente não se apega somente a um canto homofóbico, tem toda uma questão envolvendo o racismo, ou fatos que possam incitar a violência, como faixas no campo e cantos xenofóbicos. Tudo nesse sentido a gente tem a orientação de procurar coibir — afirmou Daronco — No primeiro momento que a gente tem a oportunidade e percebe isso, tem de parar e tomar medidas para que isso cesse — acrescentou”.

Além do técnico, o jogador Yago Pikachu também fez o pedido à torcida para que os gritos fossem interrompidos. Apesar do árbitro, técnico e jogador terem feito nada mais que sua obrigação, já é muito, tendo em vista que até então pouco era feito para combater o ambiente hostil do futebol. O jornalista Alexandre Alliati, escreve em sua coluna de opinião para o GloboEsporte, algo de extrema relevância. “Não é cantar músicas homofóbicas, gritar “bicha” em um tiro de meta ou chamar o adversário de “veado” que dá graça ao futebol. Quem pensa isso não entende o básico: não entende o próprio futebol, esse jogo que nos assombra e nos comove, que é força e leveza, que simula a guerra e simula a dança ao mesmo tempo, que é uma das maiores personificações de beleza que o ser humano já criou – e que pertence a todos, a absolutamente todos”.

No dia seguinte, o time do Vasco soltou uma nota oficial repudiando o acontecido e se comprometendo com ações concretas para combater a homofobia.